O Acre recebeu nesta quinta-feira, 26, a visita da Agência Nacional de Águas (ANA). O encontro, que aconteceu na Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Acre (Sema), apresentou a proposta inicial do arranjo da Rede Nacional de Monitoramento da Qualidade das Águas (RNQA) para o Acre.
A RNQA é uma das componentes estruturantes do Programa Nacional de Avaliação da Qualidade das Águas (PNQA). O Programa visa montar uma rede de caráter nacional com todas as Unidades da Federação. Com esse objetivo, a ANA está visitando os Estados para discutir uma proposta unificada de monitoramento de qualidade das águas. O Acre foi o 22º Estado visitado.
Estavam presentes representantes do Governo do Estado, que tem afinidade com o tema, da Universidade Federal do Acre (Ufac) e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semeia). Juntos governo federal, estadual e municipal definiram os pontos estratégicos e representativos para analisar a qualidade das águas dos rios do Estado.
O evento faz parte de uma política desenvolvida pelo Estado, que trata dos recursos hídricos e gestão ambiental no território acreano. Com a consolidação do Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado, tem-se a coleta de informações que pode facilitar a implantação da rede nacional na região.
Para Magaly Medeiros, Diretora Executiva da Sema, o Estado está bem avançado na coleta dos dados para análise das águas acreanas. “O Governo já realizou um planejamento desde o início do ano passado e apresentou para a equipe da ANA, dados com informações do Estado. A partir desse momento vamos partilhar e inserir todos os dados que temos até o momento no programa nacional, e a partir daí, o Acre fará parte da rede nacional. Temos várias etapas ainda, hoje tivemos a oportunidade de compartilhar dessas informações”, concluiu.
De acordo com Maria Cristina Sá, especialista em recursos hídricos da ANA, essa primeira visita serviu para acompanhar as informações e a situação do monitoramento dos rios acreanos, assim, o Acre será inserido no Programa Nacional. “O programa nacional tem em vista a montagem de uma rede de caráter nacional e com todas as unidades da Federação, dentre elas o Acre. A gente pretende fazer acordo de parceria com o governo do estado no sentido de definir o projeto da rede de monitoramento. O processo de implantação da rede de avaliação da qualidade das águas será executado posteriormente aos estudos feitos pela ANA e o Governo do Acre”, disse a especialista.
O PNQA prevê a destinação de recursos da União para apoiar a implantação, ampliação, operação e manutenção das redes estaduais em pontos de monitoramento identificados como de interesse nacional, acordando com as entidades estaduais, a freqüência e o conjunto mínimo de parâmetros a serem monitorados. Os pontos de monitoramento serão instalados em locais específicos dos principais rios acreanos.
De acordo com Marli Ferreira, coordenadora do Departamento de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental da Sema, na elaboração do diagnóstico dos recursos hídricos o Estado do Acre trabalhou com nove parâmetros (pH, OD, DBO, Turbidez, Coliforme fecais, Fósforo, Nitrogênio, dentre outros) de avaliação da qualidade da água, mas esse número chegará a vinte, conforme proposta para a RNQA da ANA. Tornando, assim, uma análise mais detalhada e completa das águas acreanas.
“Com os vinte parâmetros do monitoramento da qualidade das águas dos rios do Acre teremos a possibilidade de saber quais são os verdadeiros poluentes da água e será, também, importante para testar a eficiência de programas de gestão de bacias hidrográficas, a exemplo do recente programa de conservação e recuperação de nascentes e matas ciliares do rio Acre, uma vez que a manutenção e recuperação das APP influenciam diretamente a qualidade das águas”, explica Marli.