Quatro horas de imersão, com o propósito de criar um espaço para a reflexão livre e aberta para o despertar do papel de cada indivíduo no seu tempo e espaço de trabalho, na gestão, na convivência e nas relações sociais. Esse é um dos focos do projeto Usina de Humanização, criado na Secretaria Adjunta de Humanização e desenvolvido em parceria com a Biblioteca da Floresta e Fundação de Cultura Elias Mansour.
Coordenada pelo professor e filósofo Marcos Afonso, a edição deste ano iniciou na quinta-feira, 18, recebendo os gestores de educação, os 90 novos diretores eleitos das escolas estaduais, firmando uma parceria com a Secretaria de Estado de Educação.
Os gestores mergulharam no processo de reflexão, tendo como eixo principal a palestra “Ética e Cultura no tempo e no Espaço”. O professor Marcos Afonso explicou o trabalho como um exercício de sensibilização à filosofia. “Utilizo fotografias, vídeos, músicas com o objetivo de estabelecer um diálogo entre a tradição e a modernidade, fortalecendo identidades e abrindo campo para novas visões de gestão, administração, gerenciamento e experimentalismos prático-teóricos”.
Para Francis Mary Alves de Lima, idealizadora do projeto e diretora presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, a grande preocupação do governador Tião Viana é de ampliar as relações e melhorar as condições de trabalho entre o Estado e a sociedade. “A Usina de Humanização é a concretização de um sonho que nasceu de forma coletiva. Surgiu com o propósito de estabelecer o fortalecimento dos funcionários públicos com seu tempo e seu espaço, valorizando o seu trabalho, a conceituação de sua utilidade. Ainda que saibamos o que fazemos e porque fazemos, nós precisamos buscar essa felicidade, para entendermos mais a importância da nossa vida para as outras pessoas. Além disso, nos aproximamos mais do Estado, fazemos com que ele não fique tão distante dos cidadãos, e que os cidadãos entendam que o Estado está a serviço de todos, e não ao contrário”, disse.
Segundo Marcos Afonso, o projeto não se resumirá apenas às palestras, mas agregará atividades lúdicas como o teatro, poesia, música, cinema, visando especialmente a identidade local. “Estamos falando da nossa identidade cultural. Quem sabe onde está, que é o espaço, e quem sabe como está, que é o tempo, tem identidade cultural, política e social. Estamos falando de algo mais amplo. Esse entendimento fortalece o gestor, o servidor, o cidadão, e a sociedade como um todo na sua singularidade maior. Nós somos amazônidas, nós construímos uma história recente, para que nossos filhos tenham orgulho. Existe todo um conjunto de sentimentos que precisa ser massageado e estimulado”.
Rita Paro, diretora de Gestão Institucional da SEE, falou da importância dos novos diretores participarem da Usina de Humanização. “Esse é o primeiro momento de tantos outros que virão, o diretor precisa ser inovador, para que o professor seja inovador e o aluno. Essa visão pedagógica inovadora, aberta, pressupõe a participação dos professores e alunos na construção de vários processos sociais e do conhecimento, por meio de ferramentas criativas e simples. Esses diretores serão multiplicadores. Esse é um momento muito especial”, disse.
A Diretora de Humanização, Elineide Meireles, salientou que esse é um momento especial do projeto Usina de Humanização. “Esse trabalho com a humanização é fundamental para que cada vez mais tenhamos relações humanas interessantes e positivas. É um projeto que traz um viés que mobiliza a busca pela autonomia e, consequentemente, o desenvolvimento da cidadania, permitindo que o indivíduo tome posse do seu saber e tenha consciência de que as capacidades são diversas e que podem e devem ser exploradas, nas relações de sentimentos e valores inerentes à condição humana’, comentou.
Desde a implantação em 2011, a Usina de Humanização atendeu cerca de 700 pessoas, entre jovens, adultos e idosos. Segundo Elineide Meireles, a ideia é incrementar novas metas ampliando o atendimento a diversos públicos, o que ocorrerá ainda mais devido o projeto estar agora vinculadoà Fundação de Cultura Elias Mansour. “A Usina de Humanização está centrada na vida, e convida a pessoa a estar conectada com vários momentos proporcionando aos participantes uma forma reflexivo-vivencial de conviver, prazerosa, leva-o a adquirir um conhecimento integrado ao seu viver. Além disso, busca desenvolver a cooperação para substituir a competição tão presente na nossa vida”.