Equipe do Ministério do Desenvolvimento Social vem ao Estado para acompanhar a situação
O Governo Federal anunciou que prestará apoio ao Governo do Acre na ajuda humanitária aos haitianos que chegam ao Brasil por meio da fronteira do Acre com a Bolívia e o Peru. Os haitianos não são considerados refugiados, eles são tratados como residentes humanitários, o que significa que podem viver e trabalhar regularmente no Brasil.
Segundo o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Nilson Mourão a decisão do governador Tião Viana, foi de garantir desde a chegada do primeiro grupo de haitianos, a assistência mínima à essas pessoas. “O governador é uma pessoa que sempre se destacou por suas causas humanitárias enquanto médico e senador. Como governante do estado, não agiria diferente. Ele está pessoalmente em contato com as autoridades federais, formulando esse acordo de cooperação com o governo”, ressalta.
O secretário diz ainda que é uma decisão política do Governo Federal, garantir segurança alimentar, recursos para passagens, hospedagens e contribuição do Ministério da Saúde com relação à reposição de kits utilizados para realização de exames e vacinas dos haitianos. “Se não tivéssemos esse apoio, ficaria difícil darmos continuidade a ajuda humanitária aos haitianos”, observa Nilson Mourão.
Mourão revelou que na próxima semana, uma equipe do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) chegará ao Acre para acompanhar a situação dos haitianos que chegam ao Estado diariamente.
A partir de segunda-feira, grupos de 40 haitianos começam a deixar a região de Brasiléia. Nilson Mourão diz que eles receberão seus documentos para que possam buscar trabalho em outros Estados, principalmente vagas na área de construção civil.
“A maioria deve ir para Rondônia trabalhar nas obras das usinas do rio Madeira. Mas, há grupos que também vão em direção a região Sul do país. Serão grupos de 40 pessoas porque este é o limite máximo de documentos que a Polícia Federal consegue expedir, também é o número máximo de carteiras de trabalhos que o Ministério do Trabalho consegue liberar”, detalha Mourão.
O refúgio para o recomeço
Todos os dias grupos de pessoas do Haiti chegam ao Acre por meio da tríplice fronteira Brasil, Peru e Bolívia. São homens, mulheres e crianças geralmente guiados por “coiotes”.
Após dias de uma viagem arriscada e com vários percalços os haitianos chegam à cidade de Brasiléia bastante debilitados. Eles contam que durante a passagem pela Bolívia e Peru há grupos que sofrem com assaltos, agressões físicas e há relatos até de violência sexual contra as mulheres.
Atualmente, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) estima que há cerca de 1.250 haitianos no município de Brasiléia. Eles aguardam apoio do Governo do Estado e Federal para viajarem para outras regiões do país, onde há grandes obras na área de construção civil.