Ao ler os cartazetes de “Abraços Grátis” que os adolescentes carregavam, a reação do público foi variada
A Campanha dos Abraços Grátis, ou “Free Hugs Campaign”, divulgada mundialmente pela internet, chegou ao Acre. A proposta é simples: distribuir abraços para humanizar o convívio nas grandes cidades.
Foi o que fez Luísa Uchoa, aluna do Colégio Barão do Rio Branco. Após ter participado da experiência no último sábado, na Igreja Batista do Bosque, na segunda-feira chamou alguns colegas para reproduzir a situação na cidade. Afinal, “o mundo está precisando de amor”, explica.
Eles toparam: além de Luísa, Kácilla Ferreira, Thays Paiva, Thalyson Costa e João Hércules, todos com idades entre 14 e 16 anos, saíram distribuindo abraços: na escola, pelas ruas, nas lojas.
Ao ler os cartazetes de “Abraços Grátis” que os adolescentes carregavam, a reação do público foi variada. Uns aceitavam o abraço de pronto, outros olhavam desconfiados, de longe. Outros, ainda, aproximavam-se e perguntavam de que se tratava. E, quando compreendiam “o espírito da coisa”, logo abriam os braços e um sorriso.
 Adolescentes do Free Hugs encontraram uma presença ilustre na OCA (Foto:Gleilson Miranda/Secom) |
Os adolescentes também levaram sua mensagem à Oca (Organização Central de Atendimento). E, lá, tiveram uma surpresa. O governador Tião Viana, que saía da cerimônia de posse dos membros do Conselho Estadual de Direitos Humanos e Cidadania do Acre, aderiu à iniciativa do grupo e aceitou receber abraços. “A gente nem esperava”, disse Luísa.
“Abraços Grátis” é um movimento que pode ser realizado por qualquer um. Mas é perfeito para adolescentes. Com sua espontaneidade, eles são ótimos para sacudir a mesmice do cotidiano e mostrar a todos por que é que a vida vale a pena.
Como surgiu “Free Hugs”
Em 2004, um australiano conhecido como Juan Mann iniciou, numa rua de Sydney, uma campanha cujo objetivo era abraçar as pessoas para alegrá-las e incentivá-las a fazer o mesmo com os outros. Vale dizer que abraço, num país de colonização inglesa, como a Austrália, não é algo tão comum assim, como ocorre entre os povos latinos.
Depois de um tempo, apesar da adesão da população, as autoridades da cidade tentaram interromper o movimento. Mann e seus amigos conseguiram juntar dez mil assinaturas numa petição e receberam permissão para continuar distribuindo abraços de graça.
Certo dia, Mann ofereceu um abraço a Shimon Moore, líder da banda Sick Puppies e, desde então, tornaram-se amigos. Moore decidiu gravar Mann fazendo sua campanha e adicionou a música “All the same”. O vídeo acabou virando um videoclipe da música da banda e é um dos mais vistos no YouTube, tendo sido assistido mais de 50 milhões de vezes.
