Rio Branco recebe a 6ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul

Evento de abertura acontece no dia 7 de novembro na filmoteca acreana

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Ampliar o olhar e o debate sobre os direitos humanos, utilizando o cinema como canal de interlocução é a proposta da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, projeto desenvolvido pelo Ministério da Cultura, pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República com financiamento da Petrobras. Em sua sexta edição a mostra que acontecerá em Brasília e nas 26 capitais brasileiras contará com uma programação de 46 filmes representando dez países da América do Sul.

Em Rio Banco, a mostra acontece de 7 a 13 de novembro, com sessões as 13, 15, 17 e 19 horas, na Filmoteca Acreana, com acessibilidade garantida em sessões com audiodescrição e closed caption. Na sessão de abertura, na segunda-feira, 7, às 18 horas, serão exibidos os curtas: Doce de Coco, de Allan Deberton (Brasil, 20 min, 2010, fic), Tempo de Criança, de Wagner Novais (Brasil, 12 min, 2010, fic) e Máscara Negra, de Rene Brasil (Brasil, 15 min, 2010, fic). A mostra na capital conta com o apoio do Governo do Estado, através, Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos e Fundação de Cultura Elias Mansour.

Na grade de filmes estão incluidos títulos inéditos no país. A programação é dividida em Contemporâneos, com a produção recente sul-americana, Retrospectiva Histórica, dedicada ao tema Direito à Memória e à Verdade, e Programas Especiais, incluindo obras de Carlos Diegues, Laís Bodanzky e Walter Salles. No total, estão presentes produções dos seguintes países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.  

Nas pré-estreias destacam-se os novos longas-metragens de Mara Mourão (“Quem se Importa”), Eliane Caffé (“Céu Sem eternidade”) e Érika Bauer (“E A Terra Se Fez Verbo”). São também inéditas no país “TAVA – Paraguay Terra Adentro” (Lucas Keese, Lucía Martin e Mariela Vilchez, Paraguai/Argentina), “Quatro Litros por Tonel” (de Belimar Román Rojas, Venezuela/Argentina) e os colombianos “Ocupação” (de Angus Gibson e Miguel Salazar) e a animação “Pequenas Vozes” (de Jairo Eduardo Carrillo e Óscar Andrade).

Contemporâneos – Entre as 40 produções reunidas na seção Contemporâneos destacam-se as pré-estreias de três longas-metragens brasileiros inéditos, dirigidos pelas premiadas cineastas Eliane Caffé, Érika Bauer e Mara Mourão. “Quem Se Importa”, de Mara Mourão (de “Doutores da Alegria”, 2005) focaliza o empreendedorismo social através de entrevistas com 19 entre os maiores nomes do setor, incluindo o Prêmio Nobel da Paz, o bengali Muhammad Yunus; o norte-americano Bill Drayton, fundador da Ashoka, um entidade que prospecta empreendedores sociais ao redor do mundo; e o infectologista brasileiro Eugênio Scannavino Netto, que reduziu a mortalidade infantil de Santarém ao mesmo padrão de São Paulo e foi eleito pela mídia internacional como um dos 21 pioneiros do século 21.

Diretora de “Kenoma” (1998), “Narradores de Javé” (2003) e “O Sol do Meio-Dia” (2009), Eliane Caffé focaliza em seu quatro longa-metragem, “Céu Sem Eternidade”, as lutas e expectativas que envolvem a rede dos quilombos de Alcântara, no Maranhão. Trata-se de um trabalho de investigação coletivo realizado com a participação de estudantes e moradores locais durante o período de maio a agosto de 2010.

Érika Bauer, diretora de “Dom Hélder – O Santo Rebelde” (2006), apresenta em “E A Terra Se Fez Verbo” a região da Prelazia de São Felix do Araguaia, no Mato Grosso, e sua história de luta e resistência contra todo tipo de opressão. Seu principal personagem é o bispo Dom Pedro Casaldáliga, que enfrentou a ditadura militar brasileira e os grandes latifundiários, tendo sofrido vários atentados e conquistado respeito internacional pela forma eloquente na defesa da vida e dos direitos dos menos favorecidos.  

Programas Especiais
– Quatro temas,  servem de base para esta nova seção do evento, que reúne títulos de sucesso realizados entre 1977 e 2000. São questões relacionadas ao direito do idoso, da cidadania LGBT, à temática da saúde mental e direitos da infância e adolescência. O primeiro deles é “Bicho de Sete Cabeças” (2000), de Laís Bodanzky, inspirado em relato autobiográfico de Austregésilo Carrano Bueno, um jovem internado compulsoriamente por sua família em um hospital psiquiátrico pelo consumo da maconha.  

Dirigido por Carlos Diegues em 1977, “Chuvas de Verão” é considerado um marco por tratar com lirismo as questões do idoso como o amor e o sexo, sendo a cena de amor entre os personagens de Jofre Soares e Míriam Pires considerada por muitos como uma das mais lindas do cinema brasileiro. Entre as láureas conferidas ao longa-metragem estão quatro prêmios no Festival de Brasília.

Consagrado no Festival de Berlim, onde foi eleito como melhor filme, melhor atuação feminina (para Fernanda Montenegro) e ainda recebeu o prêmio especial do júri, “Central do Brasil é definido como um road-movie sentimental que focaliza a amizade entre uma mulher que busca uma segunda chance e um garoto que quer encontrar suas raízes. Marco do cinema brasileiro dirigida em 1998 por Walter Salles, a produção foi também eleita como melhor filme estrangeiro nas premiações Globo de Ouro (EUA) e Bafta (Inglaterra).

Grande sucesso de público, o cubano “Morango e Chocolate” (1994) de Tomás Gutiérrez Alea e Juan Carlos Tabío, trata com sensibilidade de temas como tolerância e discriminação e é um dos destaques da programação. Protagonizado pelos atores Jorge Perugorría e Vladimir Cruz, foi a única produção cubana já indicado ao Oscar de filme estrangeiro, tendo vencido o Urso de Prata (prêmio especial do júri) no Festival de Berlim e, no Festival de Gramado, os prêmios de melhor filme, melhor ator (dividido entre Perugorría e Cruz), de melhor atriz coadjuvante (Mirta Ibarra) e do público.

A 6ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul conta com apoio do Ministério das Relações Exteriores, da TV Brasil e da Sociedade Amigos da Cinemateca. As obras mais votadas pelo público são contempladas com o Prêmio Aquisição TV Brasil nas categorias longa, média e curta-metragem. A programação tem curadoria do cineasta e curador Francisco Cesar Filho. Mais informações podem ser acessadas no site www.cinedireitoshumanos.org.br.
 
Serviço

6ª  Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul

Rio Branco – De 7 a 13 de novembro

Filmoteca Acreana – Av. Getúlio Vargas 389, Centro – (68) 3223.6041 ramal 208 – 116 lugares

Patrocínio: Petrobras

Realização: Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

Produção: Cinemateca Brasileira / Ministério da Cultura

Entrada Franca

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