Imac discute educação ambiental para o Vale do Juruá

Comunidade do Guarany quer garantir fim da pesca predatória no Lago Verde

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A comunidade do Guarany, nas margens do Rio Juruá, em Rodrigues Alves, recebe apoio de técnicos do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) da Regional do Juruá para organizar a pesca no Lago Verde, que garante a alimentação dos moradores locais (Fotos: Assessoria Imac)

A comunidade do Guarany, nas margens do Rio Juruá, em Rodrigues Alves, recebe apoio de técnicos do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) da Regional do Juruá para organizar a pesca no Lago Verde, que garante a alimentação dos moradores locais. Além da sobrevivência da comunidade, o Lago Verde é também um dos lugares mais bonitos da região do Juruá, onde há inclusive vitórias-régias, o que garante a beleza cênica do local e poderá fortalecer os passeios ecológicos na região.

Em reunião com os técnicos do Imac, os moradores denunciaram que pessoas de fora da comunidade, chamados de "invasores", usam métodos e equipamentos que agridem o equilíbrio ecológico e podem comprometer a reprodução dos peixes da região. Eles solicitaram que sejam feitas campanhas educativas que cheguem à própria comunidade e também para as pessoas das cidades de Cruzeiro do Sul e Rodrigues Alves, que costumam pescar no Lago Verde.

A assessora jurídica do Imac, Elvira Tomé, que participou da reunião, diz que alguns compromissos foram firmados com a comunidade, como divulgar por meio de rádios e jornais as regras de pesca para lagos e a fixação de placas informativo-educativas sobre a pesca no começo e fim do lago e no sangradouro, local em que o lago se comunica com o Rio Juruá e onde há pesca.

Elvira Tomé conta que já esteve em rádios de Cruzeiro do Sul esclarecendo sobre as possibilidades e proibições de pesca em lagos. "Já fomos a algumas rádios e vamos continuar esses esclarecimentos. Esses moradores já tiveram acordo de pesca comunitário, mas que não foi adiante. Agora vamos reconstruir com eles todo esse processo para que a alimentação deles e para que gerações futuras sejam mantidas. As placas também serão postas. Nos fins de semana vem muita gente pescar apenas por lazer, mas outros pescam comercialmente e de forma mais agressiva. È um processo de educação ambiental", disse Elvira.

De acordo com a Instrução Normativa número 43, de julho de 2004, do Ibama, em rios e lagos da Amazônia é proibida a pesca com a utilização de redes de arrasto e de lance de qualquer tipo, redes de espera com malha inferior 70 milímetros, que ultrapasse um terço da largura do lago, que fique a menos de 200 metros da zona de confluência dos rios e corredeiras a uma distância inferior a cem metros uma da outra.

O chefe da Divisão de Educação Ambiental do Imac lembra que, além das campanhas já existentes quanto à pesca predatória, as comunidades ribeirinhas de todo o Estado podem solicitar a visita de técnicos do setor nas localidades, como fizeram os moradores do Lago Verde no Vale do Juruá.

O presidente do Imac, Fernando Lima, explica que a educação ambiental é um dos pontos fortes do instituto. "Não adianta só dizer que não pode, temos que dizer como pode ser feito", resumiu. "No caso da pesca, orientamos a comunidade para que ela possa se empoderar, se organizar e manter as atividades sem impactos ambientais. "Sabendo o que pode e o que é proibido, as pessoas podem aagir como fiscais ambientais. Ao mesmo tempo em que a informação chega para a comunidade, também chega para o infrator."

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