Moradores do bairro Triângulo pedem apoio para o abastecimento de água diário no local
‘Precisamos urgentemente de água’. Esse foi o apelo dos moradores do bairro Triângulo, manifestado no início da semana, em Tarauacá, que se reuniram com a equipe do governo para pedir apoio para solucionar o problema de abastecimento de água no local. Esteve presente na reunião, representando o governo do Acre, o diretor-presidente do Depasa, Gildo César. Ouvindo atentamente a comunidade e analisando suas necessidades, o encontro resultou num compromisso firmado, entre o governo, através do Depasa, e a comunidade, para resolver esse problema que os aflige.
Segundo a Presidente do bairro, Lucilete, o bairro Triângulo, fundado em 29 de agosto de 1966, com aproximadamente três mil habitantes, sempre passou por necessidades no que diz respeito a distribuição e abastecimento de água, em especial os moradores da Rua Lauriete Borges, que há anos lutam para que suas casas sejam inseridas no sistema público de abastecimento. Mas, ainda hoje vivem de forma precária, sem saneamento básico e eletricidade.
A falta de água é um dos maiores problemas que a humanidade enfrenta, e essa realidade já esta presente na vida dos moradores da Rua Lauriete Borges. Há anos, cerca de 30 famílias sobrevivem da água de um córrego que passa pelo local, apelidado de “igapó murchão”. O grande problema na utilização destas águas, para as necessidades básicas, é que elas não são adequadas para o consumo humano, pois não recebem nenhum tipo de tratamento, além de possuir um grau significativo de microorganismos nocivos à saúde.
“Esta é a única água que temos, poluída ou não, temos que usar”, salienta Alcione Felipe dos Santos, 23 anos, mãe solteira.
“Viver sem água não dá, o jeito é recorrer para o ‘murchão’. O cheiro desagradável da água fica impregnado em tudo, na louça, na casa, até em nosso corpo. As roupas quando são lavadas no igapó, além de ficar com mau cheiro, criam uma nódoa e ficam manchadas”, foi o que disse a moradora, Maria de Fátima Oliveira Lima, 53 anos, durante a reunião com a equipe do Depasa.
“Água limpa, por favor”
Caixas d’água abertas, baldes e vasos nas biqueiras e crianças no meio da rua a espera do banho. Esta é a preparação, que se pode observar, dos moradores quando o tempo ameaça chover. A água da chuva é colhida pelos cidadãos para ser utilizada em todas as atividades, inclusive para beber. Mas, quando o verão aperta e a sede fala mais alto, mães e crianças se põem a pedir água para outros moradores. “A gente atravessa a estrada, bate na casa de um de outro com a garrafa vazia, na esperança de matar a sede e voltar para casa com a garrafa cheia de água”, comenta dona Maria.
No local existem moradores que residem a mais de 20 anos, fazendo uso de água direto do igapó sem nenhum tipo de tratamento.
“A gente sempre sobreviveu desse pedaço de água que tem aqui. Só que agora o igapó secou bastante, a população cresceu e tem mais famílias para fazer uso da mesma água. Quando chove é uma alegria. Mas ultimamente tá tão difícil chover. Nós precisamos de água tratada, diariamente, para beber, fazer comida, tomar, banho, limpar a casa… Nós precisamos de água limpa, por favor”, diz o primeiro morador da Rua, Manoel Cleomar da Silva Machado, conhecido por todos como seu Nenê.
Compromisso com o povo
O governo do Estado, por meio do Depasa assumiu um compromisso com a comunidade Lauriete Borges, para acabar com o problema de abastecimento de água no local.
“A humanidade não sobrevive sem água. As crianças, os adultos, os idosos, a comunidade em geral, não pode mais viver nesta situação. É por isto que eu estou aqui, diante de vocês, olhando para a difícil realidade enfrentada por cada um e ouvindo suas reivindicações. E digo que as propostas que vocês apresentaram são aceitáveis, porque são necessárias. O Depasa do município ficará a cargo dos representantes do bairro, executando o trabalho de distribuição com sistema de água totalmente hidrometrado, com tarifa social para todos. Nosso pessoal estará trabalhando para que daqui a 30 dias, possamos estar de volta à comunidade para comemorar a chegada da água na casa de todos os moradores”, declara Gildo César. E conclui que, “durante o período de trabalho, até que o sistema seja finalizado, um carro pipa irá abastecer todos os moradores”.