Dia Mundial de Saúde Mental

Data foi celebrada com dança, exposição de artes e muita música aos que sofrem de distúrbios psíquicos

dsc03890.jpg
dsc03897.jpg

A ação teve como objetivo superar preconceitos através de atividades e possibilitar o convívio com as diferenças num espaço público (Foto:Assessoria Sesacre)

Em alusão ao Dia Mundial de Saúde Mental, as Secretarias de Estado e Municipal de Saúde, em parceria com outras entidades, realizaram na manhã desta segunda-feira, 10, na Praça do Senadinho, exposição de pinturas, apresentação de dança e muita música em um momento de reflexão destinado aos pacientes que sofrem de transtornos mentais.

A ação tem como objetivo superar preconceitos através dessas atividades e possibilitar o convívio com as diferenças num espaço público, como explica a coordenadora Estadual de Saúde Mental, Ximena Catalán.

“Muitas dessas pessoas vivem confinadas em casa e só saem para ir ao hospital, seja para consultar ou adquirirem remédios. A ação é para que elas possam ser inseridas na sociedade e por isso as estimulamos para dançar, elaborar desenhos e outras atividades”, destaca.

Ximena enfatiza que cerca de três mil pessoas já foram cadastradas no Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac) com problemas mentais, mas nem todos estão em tratamento, ou seja, começaram o tratamento e não deram continuidade.

Segundo a coordenadora Municipal de Saúde, Selivani Henrique, é necessário chamar a atenção da sociedade para implementar a política da saúde mental no Ministério Público Estadual.

“A política trata em garantir a livre circulação das pessoas com transtornos mentais nos serviços, na comunidade e na cidade, além de oferecer cuidados com respeito a seus direitos e sua individualidade. Este modelo conta com uma rede de serviços e equipamentos variados, tais como os Centros de Atenção Psicossocial (Caps)”, comenta.

O voluntário na ação, e artista plástico, Paulo Félix, explica a importância da arte no tratamento e na valorização dos pacientes. “A pintura é uma forma de terapia para que essas pessoas possam relaxar e ocupar a mente, com isso, o paciente pode elevar sua autoestima e até mesmo encontrar uma prática de trabalho. Ao longo desse tempo, já pude descobrir vários artistas através da pintura em mão”.

Enfrentando os preconceitos

O aposentado Marcelino Mendes comenta que sofreu várias dificuldades para cuidar de seu filho Emerson Mendes, além de preconceitos que são praticados pelas pessoas que acham que o doente mental pode transmitir a doença pelo toque ou beijo.

“Nós moramos na zona rural, isso já dificulta o acesso a um hospital para que meu filho possa ser atendido e tomar a medicação. Em alguns momentos não pude pegar o medicamento que ele toma diariamente e então Emerson começou a ter ataques – ficava agitado e agressivo – era muito difícil controlá-lo”, afirma.

Marcelino descobriu que o filho era portador de distúrbios mentais quando Emerson tinha dois anos. Hoje, com 19 anos, Emerson tem apresentado melhora significativa em seu estado de saúde e no relacionamento familiar desde que iniciou os tratamentos há quatro anos.

“No decorrer dos anos, percebi algo diferente no garoto: vi que ele tinha dificuldade de se relacionar com outras crianças e na maior parte do tempo ficava sozinho. Eu não tinha conhecimento de que podia ter tratamento para isso, minha irmã Celina foi quem me orientou a levá-lo a um posto de saúde. Fiz a consulta e me pediram uma bateria de exames, daí foi detectado que meu filho tinha problemas mentais. Hoje ele faz tratamento intensivo no Hosmac, e a partir daí nunca mais houve ataques”, disse Marcelino.

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter