Treinamento faz parte da política de valorização dos policiais militares
Um elo entre a base e os oficiais. Essa é das funções – talvez a mais importante – que os sargentos carregam dentro da hierarquia militar, segundo o comandante da corporação, coronel José Anastácio. O Teatro Plácido de Castro foi o palco da aula inaugural do curso de formação para 518 novos sargentos, que passarão quatro meses em treinamento para a elevação de patente.
O curso faz parte da política de valorização dos policiais militares. “São mais de 500 soldados e, além da promoção ao fim do curso, há também acréscimo no salário. O sistema de segurança pública hoje está totalmente integrado, tanto nas operações quanto na formação do pessoal, e isso tem nos oferecido excelentes resultados. Um exemplo é a redução na taxa de homicídios de 29% e de 33% nas tentativas de homicídio”, disse o secretário de Segurança, Reni Graebner.
O comandante da tropa lembrou os tempos em que era soldado, a vida enquanto sargento e as lições que foi aprendendo ao longo da carreira militar. “Poderia chamar todos vocês de filhos, até porque sou mais velho, e, enquanto comandante, tenho obrigação de cuidar de cada um vocês. Os sargentos têm uma importância muito grande na hierarquia, pois são os homens que estão mais perto da base”, comentou.
Para o governador Tião Viana, os policiais militares têm uma função vital na sociedade. “Vocês têm uma função tão bonita, que é proteger e salvar vidas. Não tem superior no sentido da vida, na referência da dignidade. Todos somos iguais. Quantas vezes vocês colocaram suas vidas em risco para proteger as nossas? Eu tenho muito orgulho de todos vocês, da minha equipe de seguranças, dos homens que coordenam esse sistema. Não tenho receio algum de colocar minha vida e a vida da minha família nas mãos de vocês”, disse.
Trabalho de integração e valorização teve início há 12 anos
Os soldados que participam do curso ingressaram na carreira militar durante o governo de Jorge Viana – hoje senador -, que foi homenageado durante a solenidade. O ex-governador teve o trabalho de integração das polícias reconhecido. “Eu preciso registrar aqui a minha alegria de ter colaborado, lá atrás, de alguma forma, para que vocês estivessem aqui hoje, dando mais um passo nesta caminhada vitoriosa. Quantas vidas vocês salvaram? Quantas ausências vocês passaram? Quantas vezes deixaram de estar ao lado de quem gostam, correram risco de vida, sentiram medo, receio, insegurança? Somos todos seres humanos. Agora, tudo isso valeu a pena porque agora faz parte da história de vocês, que é uma história de sucesso”, disse.
O senador Jorge Viana lembrou que, ao assumir o governo pela primeira vez, em 1999, as polícias Civil e Militar viviam em confronto e os policiais não tinham as mínimas condições de trabalho. “Na Assembleia Legislativa havia 70 portes de armas. Os deputados andavam armados e os policiais iam para as ruas desarmados. Era uma vergonha. Oitenta por cento dos soldados ganhava menos de um salário mínimo, que equivalia a cem dólares. Foi difícil chegar até aqui, ainda não estamos onde queremos, mas temos trabalhado para melhorar a cada dia. Hoje não tem mais policial matando policial nem ninguém querendo ser o dono do Acre.”
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