Caso Fabrício: Secretaria de Segurança Pública intensifica buscas

Cães farejadores e equipamentos de ponta devem chegar ao Acre para ajudar as equipes de buscas

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Equipes estão empenhadas ma procura por possíveis restos mortais do menino Fabrício (Assessoria Sesp)

A Secretaria de Segurança Pública (Sesp), por determinação do governo do Estado, está disponibilizando todas as condições técnicas e operacionais necessárias para que as equipes de operação de busca, empenhadas na procura de possíveis restos mortais do menino Fabrício Costa, tenham êxito.

Fabrício está desaparecido há 18 meses. Teria sido sequestrado por dois homens que o seguiram a partir do Terminal Urbano, no Centro da cidade, e segundo depoimento ele teria sido dominado ao desembarcar nas imediações da casa dos pais. De acordo com informações colhidas em depoimento pela Justiça, o crime teria sido motivado por vingança. Essa é apenas uma das versões para o misterioso caso.

A polícia investigou e descobriu a autoria do crime. A Justiça determinou a prisão dos autores. Eles se encontram na Unidade de Recuperação Social Francisco d’Oliveira Conde aguardando a decisão da Justiça. O julgamento ainda não tem data marcada.

O corpo do menino não foi encontrado. Todos os recursos disponíveis estão sendo empregados. A Polícia Federal, por intermédio do próprio governador Tião Viana junto ao Ministério da Justiça, entrou no caso para localizar o corpo e dirimir uma série de dúvidas que persistem no processo.

Equipes de mergulhadores e peritos criminalistas da Força de Segurança Nacional estão integradas aos mergulhadores do Corpo de Bombeiros do Acre, nas buscas em um trecho do Rio Acre demarcado entre a passarela Joaquim Falcão de Macedo e a ponte Wanderley Dantas até as imediações do Mercado Novo, no bairro Cadeia Velha.

Os acusados disseram à Justiça que após matarem Fabrício haviam jogado o corpo do alto da ponte Wanderley Dantas, fato confirmado na reconstituição do crime. “Encontrar restos do corpo não é uma tarefa simples. Na época em que foi praticado o crime o nível do rio estava alto. Este ano foram registradas uma grande enchente e uma vazão como há muito não era vista. A intensa turbidez das águas e o consequente assoreamento tudo gera dificuldades”, explica o secretário de Segurança Pública do Acre, IldorReniGraebner.

O que está sendo feito

Mergulhadores delimitaram uma área de busca. Revezam-se dia e noite em mergulhos tentando identificar qualquer indício. A Força Nacional está no Acre com os recursos disponíveis hoje no Brasil. Peritos criminais mapeiam, através de GPS, o local em que cada fragmento de osso é encontrado.

“Por enquanto é apenas um serviço de coleta. Não trabalhamos com palpites, hipóteses ou com opinião pessoal. Fazemos um trabalho científico. Só o resultado dos exames de DNA é que vai determinar se o material que está sendo coletado (fragmentos de ossos) é de humanos e se pertence a Fabrício”, explica o perito João Neto, da Força Nacional.

Outro recurso a ser empregado deve chegar ao Acre nos próximos dias. Cães farejadores treinados para esses tipos de buscas. De acordo com informações, os animais detectam vestígios ou cheiro de humanos mesmo após dois anos de seu desaparecimento.

Além disso, um equipamento de ponta, usado atualmente para buscas de restos mortais de desaparecidos no Araguaia durante o regime militar, pode vir também para auxiliar no trabalho dos mergulhadores, já que detecta ossos com até cem metros de profundidade.

Novas descobertas

Na semana passada, crianças que brincavam nas margens do Rio Acre, nas imediações entre o igarapé da Judia e a localidade Panorama, bem distante do local onde as equipes procuram por Fabrício, encontram o crânio e outros ossos supostamente humanos.

Os acusados confessaram à Justiça que, após matarem Fabrício, jogaram o corpo do alto da ponte Wanderley Dantas. Uma psiquiatra forense, enviada de Brasília para ouvir os depoimentos, confirmou que eles falam a verdade.

Menina foi vítima de afogamento

Há seis anos, a menina Edna Barros Viana, 10, desapareceu nas águas do rio quando se banhava em uma praia no Panorama. A família morava no bairro Eldorado. Edna e a irmã mais velha estudavam na escola Pimentel Gomes. Influenciada pela irmã, foi tomar banho de rio ao sair da escola. Entrou n’água, e como na sabia nadar, desapareceu.

A mãe de Edna, Ivonete Moreira, ainda chora a morte da filha e não se conforma por não a terem encontrado durante todo esse tempo. A ideia do Instituto Nacional de Criminalística (IMC) é criar um banco de dados com informações de pessoas desaparecidas no Rio Acre. O passo seguinte é coletar material para exames de parentes mais próximos. Com isso acredita-se chegar à identificação dos desparecidos.

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