Ações de sensibilização e fiscalização serão intensificadas contra queimadas em todo o Acre

Além dos 551 focos de calor registrados, nível do Rio Acre é o pior em 40 anos

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Ações de sensibilização e fiscalização das queimadas se tornam prioridade nessa nova fase do combate, que antecede o chamado “período crítico” que chega em setembro (Foto: Arquivo Secom)

Desde janeiro de 2011 até agora, o Acre registra cerca de 551 focos de calor. É um numero ainda incomparável a 2005, em que foram registrados 8.206 focos, e em 2010, onde 2.496 focos foram contabilizados no mesmo período, mas ainda assim, o número é preocupante e ações de sensibilização e fiscalização das queimadas se tornam prioridade nessa nova fase do combate, que antecede o chamado “período crítico” que chega em setembro.

O governo do Estado inaugurou nesta semana a chamada Unidade de Situação de Eventos Extremos, situada na sede do Corpo de Bombeiros Militar, na Estrada do Amapá. A central trabalha com um intenso sistema de monitoramento das incidências e focos de queimadas no Acre, fomentando as ações preventivas necessárias, em concordância com as estratégias traçadas pela Comissão Estadual de Riscos Ambientais (CEGdRA), sob a coordenação da Secretaria do Meio Ambiente.

A Unidade de Situação reúne cerca de 36 entidades governamentais, com participação intensiva das secretarias estadual e municipal de meio ambiente, Corpo de Bombeiros, Unidade Central de Geoprocessamento da Funtac e Defesa Civil. A partir desse momento, a Unidade passa a realizar um importante trabalho de sensibilização e fiscalização. Para eles, a prioridade é educar a população do quanto é prejudicial à saúde e ao meio ambiente a atitude de colocar fogo em áreas verdes urbanas e rurais. Nesse período, se tornam comuns as doenças respiratórias, com crianças e idosos sendo as principais vítimas.

Outro ponto importante é a fiscalização. Ela será intensa e implacável nesse período. Segundo Márcia Oliveira, representante da Semeia, “Todo ato de queimada vai ser tratado como crime ambiental e os autores irão responder administrativamente e judicialmente junto ao Ministério Público”. Márcia também lembra que os donos de propriedades devem estar atentos, pois a Lei de Crimes Ambientais diz que o proprietário responderá o processo mesmo que não tenha sido ele o realizador do incêndio, “Deve haver a responsabilidade de não permitir o incêndio se alastrar e perder o controle em sua propriedade”.

Vera Reis, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, conta que a fiscalização ambiental esta sendo realizada sobre três esferas. Ibama, que tem atuado bastante na região do Juruá, com a contratação de brigadistas. Imac, que é responsável principalmente pela questão rural e preservação das florestas. E Semeia, responsável pelo controle de queimadas nas áreas urbanas da capital. Esses órgãos também contam com o apoio da Companhia Ambiental e a Polícia Militar.

Situação ambiental tensa

Só em agosto, até o dia 26, foram registradas 295 focos de calor. Esse número nem chega perto dos calamitosos anos de 2005 e 2010, em que foram registrados 7.208 e 2.237 respectivamente no mesmo período. Ainda assim, a situação não é confortável. Só nesta sexta-feira, 26, foram registrados 57 incêndios ambientais no estado.

O Tenente Coronel Rodrigues, do Corpo de Bombeiros, revela que o relatório técnico diário é produzido com informações dos satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, “E nem todos os focos de calor acabam sendo registrados pelos satélites”.

Outro ponto bastante preocupante é  o acúmulo de chuvas e o nível do Rio Acre, que corta a capital. Nesse sábado, 27, o rio marcou profundidade de 1,63m. Esse nível esta 1cm mais baixo que em 2005, que atingiu 1,64m em 14 de setembro. É o nível mais baixo do Rio Acre em 40 anos. É um dado extremamente preocupante, mesmo com o número não alarmante de focos de calor. A chuva não ajuda, já que em agosto, foram somados até agora 49mm de chuva. O governo tem reunido o máximo de esforços para lidar com essa situação, e conta com a ajuda de toda a sociedade, para não atear fogo e preservar os recursos hídricos.

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