Atividade propicia ganhos econômicos sem agredir a natureza
O governo do Estado, por meio do Instituto Dom Moacyr, oferece na Escola da Floresta Roberval Cardoso o Curso Técnico em Agroecologia para jovens oriundos de comunidades rurais do Estado. Dentro do currículo são oferecidas além das competências obrigatórias, seis competências opcionais, onde o educando pode escolher três competências para se aprimorar. Assim sendo, um grupo de estudantes optou conhecer com mais afinco a atividade de apicultura.
A competência de Criação de Abelhas apresenta habilidades como: Identificar abelhas Apis, bem como seus enxames em ambiente natural, orientar a revisão da colméia: reserva de mel e pólen, condições da rainha, zangão e condições dos quadros. Ao término do curso, os educandos estarão aptos a desenvolverem atividades de planejamento, implantação e manejo de apiários, bem como, a extração de mel e seus derivados, buscando compatibilizar os aspectos sócio-econômicos e ambientais.
A apicultura, criação racional das abelhas, é uma atividade que propicia ganhos econômicos e contribui para a manutenção e preservação do meio ambiente. É uma atividade voltada para a agricultura familiar.
O objetivo maior do momento de apicultura é mostrar aos educandos que existe uma forma de produzir racionalmente, empregando tecnologias sem desmatar, sem agredir a natureza, e que além de gerar renda para as famílias, também pode melhorar a alimentação.
“Sempre tive a curiosidade e muita vontade de aprender trabalhar com mel. Antes de aprender as técnicas corretas, destruíamos as colméias, não conhecia o que era ápice e melíponas e aprendi que a comercialização é livre e não depende de certificado. Fiz o curso com o interesse de aprender as técnicas corretas e agora posso desenvolver um bom trabalho na minha comunidade”. Declarou José Araújo, educando do município de Assis Brasil.
Técnicas Inovadoras e Sustentáveis
Antigamente a apicultura era uma atividade rústica e o objetivo principal da maioria dos produtores era atender às próprias necessidades de consumo, e por desconhecerem a importância das abelhas para a natureza e para o homem, destruíam as colméias. Hoje existem técnicas bem modernas e eficientes de se extrair o mel preservando as colméias.
“Vi nessa opcional a necessidade existente na minha comunidade, pois ainda fazem apicultura de forma predatória, sem os conhecimentos específicos. Quando conheci os processos da apicultura me interessei mais ainda, é uma forma sustentável de se trabalhar na comunidade, não gera custo e ainda nos proporciona uma renda” Afirmou Arley Gonçalves Veloso, educando do município de Brasiléia.
“O Acre é um grande potencial, basta que haja investimentos por parte dos órgãos de extensão rural para o crescimento da atividade que é promissora no Estado, pois além de melhorar a situação financeira das famílias vai melhorar a alimentação, visto que mel não é remédio, é alimento. Esses educandos são as sementinhas que precisam germinar e despertar nas comunidades a importância da apicultura para o Estado. Essa atividade casa com a ideia da escola e acredito que eles vão sair daqui motivados. Trabalhar com abelhas anos faz entender o que é organização, cooperação e trabalho”, concluiu Ana Cláudia Silva Dias, Mediadora.
“Desde o início do curso decidi estudar apicultura por ter consciência de que poucas pessoas sabem trabalhar com manejo. Me interessei em aprender para levar as técnicas para minha comunidade. Para mim, essa atividade era a mais desconhecida então resolvi estudar. Aprendi a importância das abelhas para a floresta e para os seres humanos. Declarou Rogelho Willian, educando de Brasiléia.
O Técnico em Agroecologia terá competências para atuar na realidade produtiva rural e urbana, junto à agricultura familiar, entendendo a agroecologia não apenas como base técnica para produção, mas como fundamentação para a manutenção e promoção da vida e da justiça social.