Ações de combate à malária fizeram com que o Estado fosse um dos três finalistas do prêmio
Inserir o combate à malária na agenda de ações prioritárias do Governo do Estado fez com que o Acre chegasse à final do prêmio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) representando o Brasil.
Para apresentar aos juízes que decidirão o vencedor do prêmio, que será divulgado no dia 6 de novembro, o técnico de Gestão e Comunicação da Opas, Manuel Calvit partiu de Washington (país sede da Opas) com destino ao Acre para gravar um documentário que inclui os depoimentos do governador Tião Viana, das equipes de saúde do Estado e de moradores da região do Juruá.
“Esse prêmio cedido pela Organização Pan-Americana é muito importante porque reconhece o esforço dos agentes que estão subindo os rios, levando informação aos moradores, ribeirinhos. Esses agentes merecem esse reconhecimento fora do ambiente de trabalho. Quando se reconhece um trabalho como este, elava-se o valor da vida”, afirma Tião Viana.
O governador Tião Viana agradeceu a Organização Pan-Americana de Saúde por mostrar ao mundo a luta do Acre no combate à malária. Tião ressaltou que essa ação faz parte da agenda de prioridades do governo.
Em seu depoimento concedido a Manuel Calvit, Tião Viana explicou como se deu a intensificação dos trabalhos no combate a malária.
Tião contou que em 2006 o Estado registrou um descontrole da doença, o que gerou uma epidemia fora de controle. Na época, de acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), foram registrados mais de 93 mil casos da doença.
“Isso foi resultado de uma desarticulação institucional, ocorrida com a demissão dos agentes de endemias contratados na época do presidente Collor. Para reverter essa situação iniciamos uma força tarefa que envolveu o Governo do Estado, Prefeituras e Governo Federal. Na época eu estava no Senado e trouxe minha colaboração como senador, articulando parcerias em Brasília e como médico infectologista”, detalhou.
Porém, logo depois que foram iniciados os trabalhos de combate à malária, os resultados surpreenderam pelos bons índices.
“Aumentamos o número de agentes de endemias, investimos na proteção familiar, nas mobilizações sociais. Houve a adesão do uso de mosquiteiros, diagnóstico precoce e tratamento da doença. O resultado foi a vitória contra a malária no Acre”, comentou.
Tião Viana avalia que a malária é um problema político e observa que se não houver uma adesão política de prioridade, intervenção dos governos, municípios e agentes de saúde o problema torna-se maior.
“É preciso também que sempre haja uma política de comunicação. A imprensa tem um papel fundamental nesse processo porque mostra os números positivos e negativos e ajuda a nos manter vigilantes”, disse.
O governador adverte que embora não seja possível acabar com a doença é possível e necessário mantê-la com níveis que permitam a dignidade humana.
“A luta contra a malária é uma luta pela integridade moral das nações”, endossa Tião Viana.
Para complementar o vídeo gravado no Acre que será exibido aos jurados do prêmio, durante esta semana a equipe da Opas visitará os municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves. Eles entrevistarão a comunidade sobre os métodos implantados pelo Governo do Acre no combate à malária.
Os organizadores contam que além do Acre, representante do Brasil nesta disputa, outros dois países são finalistas. Contudo, os nomes dos outros finalistas não podem ser revelados.
“Os três países já são vencedores por suas práticas no combate a malária. Mas, em novembro será anunciado o que teve a iniciativa com melhor diferencial”, declara Manuel Calvit.
Entenda o prêmio
A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/Oms) irá reconhecer os profissionais de saúde que têm contribuído significativamente no seu próprio país e na Região das Américas para fortalecer o desenvolvimento da saúde através da gestão e prestação de serviços e programas de ensino e pesquisa.
O processo de seleção será realizado por um júri constituído por três representantes dos governos dos países membros do Comitê Executivo da Opas, a partir de três candidatos propostos pelos governos por meio de seus ministérios da saúde. (Fonte: Escola Nacional de Saúde Pública)