A convite da primeira-dama do Acre, Ong inglesa BedZed discute com gestores e empresários do Estado modelo de comunidades sustentáveis
Você já parou para pensar na quantidade de lixo que produz diariamente e o que é feito com ele? E a energia consumida em sua casa, seu trabalho, você já refletiu sobre de onde ela vem, que fonte é usada? E os móveis, roupas, papéis? Absolutamente tudo que é consumido no mundo tem uma fonte: vem do nosso planeta. Mas a capacidade de produção que o planeta pode suportar foi ultrapassada e hoje estamos consumindo 50% a mais do que pode ser produzido. Ou seja, ou revemos agora, e de forma responsável, nossa postura ou precisaríamos de vários planetas Terra para sobreviver. A questão é que só temos um.
São reflexões como essas que a organização não-governamental BedZed e o projeto One Planet Communities estão trazendo ao Acre e vão discutir nesta quinta-feira, 18, com secretários de governo, empresários e sindicatos. A Ong veio ao Acre a convite da primeira-dama Marlúcia Cândida, que conheceu a Ecovila no sul de Londres (Inglaterra), uma comunidade que procura viver de forma sustentável.
“Fico muito feliz em ver o trabalho de vocês e a possibilidade de estarem conosco em alguns projetos. No Acre temos muitas iniciativas ligadas à sustentabilidade, mas eu, como arquiteta urbanista, sinto falta dessas ações na cidade. Com vocês eu vejo essa oportunidade mais próxima”, disse a primeira-dama.
O governador Tião Viana falou sobre a importância da Plasacre, que transforma lixo em produtos, como os 250 mil mourões de cerca que foram vendidos ao Exército Brasileiro. “A discussão passa por conectar a floresta à cidade. Na reforma da minha casa usei conduítes da Plasacre, que são três vezes mais baratos que os concorrentes, e lâmpadas de LED, de baixo consumo de energia e longa duração. Não há como ter floresta sustentável sem uma cidade sustentável”, disse Dande Tavares, da WWF.
Ecovila
Na Ecovila em Londres vivem 100 famílias, com uma noção de comunidade que não é facilmente encontrada no país (20% da comunidade conhece seus vizinhos). O consumo de energia diminuiu em 70% – quase 100% do lixo é reciclado. Não existem muros nem cercas, e o índice de violência é perto de zero.
“Na Ecovila não estamos preocupados só com a estrutura da construção, mas com o estilo de vida. O impacto no planeta tem crescido porque a população cresceu e o poder de compra dela, também. É preciso pensar numa forma de tornar o planeta sustentável, a produção sustentável, e esse workshop é para discutirmos como isso pode ser aplicado no Acre, em municípios, em empresas”, afirmou Pooran Desai, responsável pela BedZed.
Para ele, o Acre tem muitas iniciativas interessantes relacionadas à sustentabilidade. “Estou há alguns dias aqui e fiquei impressionado com o que tenho visto. Realmente é um trabalho que se destaca em relação aos outros Estados brasileiros”, disse Desai.
O workshop da BedZed com secretários de governo, empresários e sindicatos acontece na Biblioteca da Floresta, nesta quinta-feira, às 9 horas.