Acre terá exames e procedimentos cardiovasculares e neurológicos

Governo do Estado fará convênio com clínica para pagar valor da tabela SUS 

Problemas cardiovasculares e neurológicos são uma das maiores causas de morte no mundo. A cada semana são encaminhados entre 15 e 20 pacientes acreanos para outros Estados, e o custeio desses tratamentos é de R$ 1 milhão por mês para os cofres públicos.

Uma iniciativa vai melhorar essa realidade e contribuir para zerar a fila do Tratamento Fora do Domicílio (TFD). “Mas o mais importante é  que muitas vidas poderão ser salvas com a possibilidade de um atendimento mais rápido e a realização de exames que até então não são feitos no Acre. São ações que podem reduzir em até 90% a taxa de mortalidade por essas causas”, destaca a cardiologista Rejane Holanda.   

A clínica para realização de exames cardiovasculares e neurológicos é da iniciativa privada e ainda não tem um nome definido. O governo do Estado vai ser conveniado e a parceria vai garantir que a Secretaria de Saúde pague o mesmo valor da tabela SUS para exames e procedimentos. A proposta é liderada por um grupo de seis médicos (cinco são acreanos), que contratou mais seis cirurgiões cardíacos e neurocirurgiões de outros Estados para formar a equipe que atuará na clínica.

A expectativa é de que, com o atendimento especializado local, a fila de pacientes do TFD que esperam por cirurgias e exames de média e alta complexidade seja zerada. “Além disso, os pacientes que sofrem um infarto aqui serão atendidos de forma mais rápida na realização de exames que podem ser determinantes para salvar uma vida. É um grande avanço porque as doenças tratadas nesse serviço que estamos trazendo são as maiores causas de morte no mundo. Muitas pessoas morrem sem conseguir acesso ao tratamento, principalmente se ele não for disponibilizado na cidade, pois muitos quadros não permitem o deslocamento do paciente”, explicou Holanda, uma das sócias do empreendimento.  

A clínica vai funcionar nas dependências do Hospital Santa Juliana, que terá espaços adaptados e ampliados, incluindo a Unidade de Terapia Intensiva. A previsão de inauguração é dia 3 de outubro. Exames como cateterismo, que ainda não são realizados no Acre, custam em média R$ 2 mil nas clínicas particulares. Uma angiografia pode chegar a R$ 15 mil.  

“São muito caros porque os materiais utilizados na realização deles são caros também”, explica a cardiologista. O governo do Estado vai oferecer todos esses exames através do SUS para os acreanos, melhorando, além da rapidez na realização, a qualidade de vida dos pacientes, que não precisarão de deslocamento para outros Estados.  

De janeiro a julho deste ano, 506 pacientes de alta complexidade e 200 de média complexidade foram encaminhados para tratamento fora do domicílio. Outros 140 precisam viajar a cada seis meses para fazer avaliação de marcapasso.

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