Indústria de beneficiamento de borracha incentiva reativação de seringais

A fábrica de beneficiamento de borracha construída em Sena Madureira, distante 150 quilômetros de Rio Branco, está nos ajustes fiscais para começar a funcionar. Por meio da produção de Granulado Escuro Brasileiro (GEB), a indústria terá capacidade de produzir cerca de 300 toneladas por mês e, em pleno funcionamento, deve empregar 180 pessoas e beneficiar duas mil famílias extrativistas.

O GEB é usado na fabricação de pneus, peças de carro e outros produtos derivados da borracha. O Brasil produz apenas um terço do que consome. A Ásia é responsável por 95% da produção mundial.

A fábrica é administrada pela Central de Cooperativa de Comercialização Extrativista do Acre (Cooperacre), por meio de uma parceria público-privada com o governo do Estado, e toda a produção já tem a garantia de comercialização com empresas de São Paulo.

Reativação de seringais e florestas plantadas

Ademir Batista, Seaprof, estima que duas mil famílias extrativistas serão beneficiadas com fábrica (Foto: Gleilson Miranda/Secom)
Ademir Batista, da Seaprof, estima que duas mil famílias extrativistas serão beneficiadas com fábrica (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Os investimentos na construção da indústria de GEB, junto com a fábrica de preservativos de Xapuri (Natex), incentivam o plantio de mudas de seringueiras e a reativação da extração do látex em seringais nativos.

É o caso de Mâncio Lima, onde os seringais estão completamente preservados. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) do município, Francisco Silva, com os novos incentivos do governo e a garantia de comercialização do que for produzido, os seringueiros estão animados para voltar a extrair o látex.

“Mâncio Lima tem quase 100% da sua floresta preservada. Nossas seringueiras estão todas em pé. Se a gente tiver a certeza que vai ter quem compre nossa produção por um preço justo, todo mundo vai voltar a produzir”, destaca.

Além da reativação dos seringais nativos, para garantir matéria prima para a fabricação do GEB, o governo do estado investe na distribuição de mudas. Já foram distribuídas nessa região cerca de 30 mil pés de seringueiras ao longo dos últimos anos. Os primeiros produtores familiares contemplados com o programa já devem começar a extrair látex das seringueiras plantadas em quatro anos.

“O primeiro aspecto importante desta fábrica aqui em Sena Madureira é agregar valor à atividade extrativista, tão importante para a nossa economia. Vamos trabalhar a cadeia produtiva da borracha de Cruzeiro do Sul até Sena Madureira. A produção hoje é insuficiente para atender a demanda da fábrica, por isso, só este ano, vamos incluir mais 400 famílias”, afirma Ademir Batista, coordenador da cadeia produtiva da borracha na Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof).

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