Órgãos ligados à área ambiental estão preocupados com previsões meteorológicas e querem estar preparados para eventuais problemas
Os anos de 2005 e 2010 foram críticos para o meio ambiente acreano. Em 2005, foi registrada uma das maiores estiagens da história recente do Estado, com grandes prejuízos para a flora e para a fauna. As queimadas foram constantes e os prejuízos incalculáveis. Em 2010, nova estiagem, mas os danos foram menores. Já neste ano, as previsões não são nada otimistas e indicam um período de estiagem mais alongado e muito seco.
Os órgãos ligados à área ambiental estão preocupados com essas previsões e querem estar preparados caso elas venham a se confirmar. Durante toda esta quinta-feira, 2, a Comissão Estadual de Gestão de Riscos Ambientais, que reúne órgãos da esfera estadual, federal e municipal e sociedade civil, vai estar reunida para discutir estratégias para evitar ou reduzir a incidência de queimadas no Estado. “Nós estamos chamando a sociedade para participar desse grande mutirão contra as queimadas de forma tal que a gente evite tantos os prejuízos ambientais quanto os causadas à saúde das pessoas que moram em nosso Estado”, afirmou o secretário de Meio Ambiente, Edegard di Deus.
Ele afirmou que, ao final do trabalho da comissão, será gerado o Plano Estadual de Prevenção e Controle das Queimadas, que vai orientar a ação dos órgãos que atuam no combate aos incêndios. “A gente espera que a sociedade se conscientize da importância de não queimar, seja na zona urbana, seja na zona rural”, disse.
O secretário lembrou que as multas para quem promove queimas são altas e que haverá uma forte fiscalização no sentido de inibir os que delas fizerem uso. “A gente não quer trabalhar com a perspectiva da coerção e da multa. As pessoas têm que se conscientizar que queimar não é um bom negócio pra ninguém”, lembrou Edegard di Deus.
O presidente do Instituto do Meio Ambiente do Acre (Imac), Fernando Lima, afirmou que a reunião da comissão é fundamental para que os diversos órgãos e instituições se organizem para uma ação mais eficaz contra as queimadas. Ele afirma que o Imac já tem uma rotina neste sentido, mas que este ano está sendo feita uma divulgação maior da educação ambiental para conscientizar, principalmente, o produtor rural, que tem a cultura de trabalhar com queimadas para limpar as áreas de cultivo. “A gente sabe que não tem mais como ter controle das queimadas. Por mais que se faça o acero nos roçados para evitar que o fogo se alastre, sempre há esse risco, pois vivemos em um momento diferenciado, onde o clima tem mudado e contribuído para que o fogo avance muito mais rápido”, argumentou Fernando.
A secretária de Meio Ambiente da cidade de Rio Branco, Silvia Brilhante, lembrou que o período de estiagem chega e já se começa a ter preocupações com as queimadas. Ela falou que a sua secretaria está reunindo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) desde fevereiro para discutir a necessidade de otimizar os recursos humanos e financeiros para conseguir êxito maior na empreitada contra as queimadas. “A estrutura que temos em nossa secretaria é pequena e estamos num município que tem metade da população do Estado, por isso precisamos ter uma ação mais efetiva na capital”, garante a secretária.