Governo do Estado lança Programa de Assistência Domiciliar

Pessoas que sofrem de doenças crônicas incapacitantes ou degenerativas são beneficiadas

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O objetivo é garantir um atendimento de qualidade para pacientes que dependiam de Unidades de Terapias Intensivas (UTI) para sobreviver (Foto: Sérgio Vale/Secom)

O governador Tião Viana institucionalizou uma ação de saúde que, na prática, já existia há algum tempo. Trata-se da Assistência Médica Domiciliar, que a partir desta terça-feira, 3, passa a ser um programa de governo e uma política de saúde pública. O programa garante o atendimento médico domiciliar a pessoas que sofrem de doenças crônicas incapacitantes ou doenças degenerativas.

O objetivo é garantir um atendimento de qualidade para pacientes que dependiam de Unidades de Terapias Intensivas (UTI) para sobreviver. Ao todo, seis pacientes – dois adultos e quatro crianças – já recebem esse atendimento. Em suas residências foram montadas UTIs com todos os equipamentos necessários. Além disso, o governo garante a assistência médica com profissionais de diversas especialidades, entre eles fisioterapeutas, psicólogos, intensivistas, neurologistas, enfermeiros e outros. Também são disponibilizados veículos para transporte e todo o insumo necessário para o atendimento domiciliar.

O lançamento do programa não aconteceu em cerimônia formal. Deu-se a partir da visita do governador Tião Viana a um desses pacientes, o servidor público Paulo Carvalho Cardoso, 56, casado e pai de três filhas. Ele é vítima de uma doença degenerativa, a esclerose lateral amiotrófica, conhecida pela sigla "ELA" e também designada por doença de Lou Gehrig e doença de Charcot. A ELA é progressiva e fatal e se caracteriza pela degeneração dos neurônios motores, as células do sistema nervoso central que controlam os movimentos voluntários dos músculos e com a sensibilidade preservada.

Há alguns anos, Cardoso tinha uma vida funcional ativa. Ele era motorista do Gabinete Civil do Governo do Estado e já dirigiu para o ex-vice-governador Édson Cadaxo. Há cerca de dois anos e meio, ele começou a sentir dormência na ponta dos dedos e ficou com alguns movimentos das mãos prejudicados. Certo dia, ao atravessar a Avenida Brasil, no Centro, torceu o tornozelo. O que era para ser tratado em poucos dias, se alongou por vários meses. Outros sintomas também apareceram e Cardoso procurou atendimento médico especializado. Um exame da medula óssea diagnosticou a doença. Daí por diante, o seu quadro médico só agravou e ele foi parar na UTI da Fundação Hospital do Acre (atual Hospital das Clínicas). Ficou lá do dia 18 de março de 2010 até 24 de março deste ano, quando foi transferido para sua residência.

“Aqui eu estou em casa, ao lado da minha mulher e das minhas filhas. Aqui eu ganhei a minha segunda liberdade”, disse Paulo. A esposa de Paulo, Socorro Ferreira Cardoso, agradece o governo do Estado pelo atendimento de seu marido. Ela concorda que o atendimento em casa amplia a sua qualidade e expectativa de vida, haja vista que está junto de seus familiares. “No hospital eles tratavam a gente bem, mas não é como estar em casa. A assistência do governo é excelente”, disso Socorro.

O governador Tião Viana disse que a implantação do Programa de Atendimento Domiciliar é o momento mais bonito da saúde pública, pois “é possível ver o serviço de saúde, com absoluta dignidade, chegar à casa de uma pessoa e oferecer, além do amor familiar e o amor dos profissionais, a esperança de que a ciência possa reverter a doença e dar uma oportunidade de vida nova para ela”. Viana disse que, em casos como o de Paulo, é feito tudo que é possível pelo Estado, como saúde pública e com uma equipe de excelentes profissionais. “Aqui é uma união de amor e esperança.”

A secretária de Saúde, Suely Melo, que acompanhou o governador na visita a Paulo Cardoso, disse que o governo faz um investimento de cerca de R$ 200 para montar a estrutura domiciliar necessária para atender cada paciente. O custo é bem menor do que seria se eles estivessem internos em UTIs, haja vista que se estima um custo diário de R$ 5 mil para cada internação em UTIs. “Há algo que vai além dos números, que é a melhoria na qualidade de vida dos pacientes. Ao lado da família, eles receberão sempre um atendimento melhor e estarão longe do ambiente do hospital, que é sempre muito propício à infecções hospitalares. Outra vantagem é que liberamos a vaga na UTI para um novo paciente”, pontuou a secretária.

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O governador Tião Viana disse que a implantação do Programa de Atendimento Domiciliar é o momento mais bonito da saúde pública, pois “é possível ver o serviço de saúde, com absoluta dignidade, chegar à casa de uma pessoa.

O programa atende quatro crianças. Uma delas é a pequena Nicole Gabriele, de apenas três anos e nove meses. Ela sofre de atrofia muscular espinhal (AME). O diagnóstico veio quando ela tinha menos de um ano. Desde então, vem travando uma batalha pela vida. Seus aliados são a mãe, Valena Assis, o pai, Alan Assis, e a irmã Júlia, de nove anos. Outro grande aliado é o governo do Estado, que lhe garante o atendimento personalizado.

Foi Nicole a primeira beneficiada do programa. Além de todos os equipamentos, insumos, médicos e demais profissionais de saúde, foi preciso garantir que a rua em que mora tivesse o acesso rápido. “A rua aqui tinha problemas de acesso, mas o governo e a prefeitura providenciaram o asfaltamento para que os médicos e ambulâncias pudessem chegar com facilidade”, disse Valena.

O quarto de Nicole é igual ao de qualquer outra criança. O que diferencia são os equipamentos de respiração mecânica e os demais que garantem sua vida. Afora isso, ela conta com uma enorme televisão de LCD que é ligada quase o dia inteiro em canais infantis. “Ela adora ver televisão. Adora ver os desenhos”, disse a mãe da menina.

Valena conta que a doença de Nicole não lhe afetou as funções cerebrais. Graças a isso, Nicole tem um desenvolvimento cognitivo igual ao de qualquer criança. Três vezes por semana uma professora do Dom Bosco, instituição que promove o ensino especial no Estado, visita a menina. “Ela estuda normalmente. A professora explica e faz as perguntas para saber se ela entendeu. Ela não fala, mas responde por piscadas de olho”, garantiu Valena.

Sem o apoio necessário, Nicole estaria em um leito de UTI. Talvez ela não tivesse a oportunidade de aprender e as esperanças da família quanto ao seu reestabelecimento seriam mínimas. “O estudo com células-tronco estão avançando muito. Nós temos a esperança de que, em pouco tempo, a cura para a doença dela vai ser encontrada. Por isso cuidamos dela e a preparamos para quando esse momento chegar”, contou emocionada a mãe de Nicole.

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