80% dos acadêmicos da Universidade Federal do Acre são de escolas públicas

1.680 alunos oriundos da rede pública foram aprovados no vestibular 2011

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De acordo com dados da Comissão Permanente do Vestibular (Copeve), entraram em 2010, pelo processo seletivo vestibular, 2.100 alunos; destes, 80% são oriundos de instituições públicas (Foto: Eunice Caetano)

Por muito tempo, os estudantes de escolas públicas apresentavam um índice reduzido de inserção nas universidades públicas. Mas, no Acre, esta situação é diferente, pois registrou-se nos últimos anos um crescimento no número de alunos ocupando vagas na Universidade Federal do Acre.

De acordo com dados da Comissão Permanente do Vestibular (Copeve), entraram em 2010, pelo processo seletivo vestibular, 2.100 alunos; destes, 80% são oriundos de instituições públicas. Alguns deles cursou em parte ou integralmente o ensino médio em instituições do Sistema Estadual de Educação.

O Colégio Estadual Barão do Rio Branco, que possui a maior clientela de alunos do Ensino Médio, teve em 2009, 42 alunos aprovados no vestibular da Ufac. Em 2010, foram 62. De acordo com a gestora da escola, Meiry Silva, o crescimento deve-se a um trabalho coletivo realizado pela equipe de professores existentes nas escolas.

“Desenvolvemos o Projeto Orientação Vocacional/Profissional, onde tentamos despertar os alunos para a importância da escolha da profissão e de uma carreira em nível superior. Uma das atividades do projeto é realizar visitas às universidades públicas e particulares, para conhecer a estrutura, funcionamento, cursos oferecidos e perspectivas de ingresso no mercado de trabalho”, explica a gestora.

Dyemison, aluno da Escola Estadual José Rodrigues Leite, é um exemplo de que quando se luta pelos sonhos, eles se tornam realidade. Ele passou no último vestibular da Ufac no curso de medicina com apenas 16 anos. “Estudei o Ensino Médio em escola pública, mas o meu sucesso deve-se a todo esforço coletivo que desenvolvi com a minha família, professores e alunos. Além disso, eu fiz uma programação diferenciada em todos os anos em que me preparei para o vestibular, abdiquei de muitas atividades para me dedicar ao meu objetivo principal”, revela Dyemison.

A vida de Dyemison foi reformulada para conseguir realizar seu grande sonho. Segundo o jovem, ele estudava o 3º ano do Ensino Médio no horário da manhã, à tarde ia para o estágio supervisionado em uma rede bancária e à noite fazia curso pré-vestibular. Nos finais de semana ele fazia uma programação para estudar as disciplinas específicas do curso e as que percebia uma maior dificuldade com o aprendizado. O recado de Dyemison aos estudantes que sonham em entrar em cursos com um nível alto de competição:

“Pratique a leitura como um estilo de vida e não apenas para ter sucesso.”

Outro exemplo de perseverança  é o da senhora Maria Cidália da Silva, estudante da Escola Theodolina Falcão Macedo, que com 47 anos foi aprovada no curso de saúde coletiva da Ufac. “Voltei a estudar há cinco anos e decidi que ia fazer um curso superior. Quando retornei aos estudos percebi que a escola pública não é como muitos dizem por aí, a escola pública é boa. Os professores que trabalham com a Educação de Jovens e Adultos estavam preparados para ensinar pessoas que, como eu, passam o dia trabalhando e à noite têm que ir para aula. Esses educadores utilizaram metodologias que fizeram a aula atrativa e dinâmica”, revela Maria Cidália.

Governo do Estado ofertará pré-vestibular e simulados online

Pensando em contribuir com o sucesso profissional dos alunos de escolas públicas, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Educação, lançará este ano projetos para o Ensino Médio como pré-vestibular, simulados online, atividades formativas no contraturno, e um acompanhamento com profissionais capacitados para realizar orientação vocacional para quem ainda não decidiu qual área irá seguir.

Este ano foram criados os Núcleos de Estudos de Línguas, que oferece a língua estrangeira gratuitamente, em um espaço exclusivo com cinco salas de aulas, que comportará aproximadamente 1.200 alunos. A prioridade das vagas inicialmente será destinada para os alunos do ensino médio.

Para o Secretário de Educação, Daniel Zen, estas são ações que visam aumentar as condições de aprendizagem aos estudantes. “A intenção é abrir caminhos para uma educação integral com um currículo ampliado e heterogêneo”, explica o secretário.

A Secretaria de Estado de Educação está formando um grupo de professores para trabalharem com o pré-vestibular. “O nosso objetivo é estimular o aluno para a construção cotidiana de uma cultura de auto-aprendizagem”, disse Marco Brandão, Diretor de Inovação da SEE.

Como eles estão estudando?

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{xtypo_quote}Desde o início deste ano tenho dividido meu tempo entre aulas do 3º ano pela manhã, à tarde cursinho pré-vestibular e à noite, em casa, repasso os conteúdos vistos durante o dia, além de estudar as disciplinas que são peso em medicina.

Solange Briceno, 17 anos, aluna do CERBRB.{/xtypo_quote}

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{xtypo_quote}Eu sempre tive um dia com várias atividades e agora aprendi a cumprir com a programação. Pela manhã vou à escola, à tarde fico estudando em casa assuntos sobre atualidades, matemática e física, que são as matérias principais para o curso que irei concorrer que é engenharia civil ou arquitetura.

Leny Mara, 17 anos, aluna do José Rodrigues Leite.{/xtypo_quote}

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{xtypo_quote}Os professores este ano estão trabalhando todas as aulas preparando a turma para o vestibular, todos os dias fazemos exercícios que são cobrados em avaliações passadas. Meu tempo tem sido cada vez mais reduzido, mas estou priorizando o estudo e o meu trabalho. Pela manhã vou à aula, à tarde trabalho com fotografia e treino atletismo e à noite estudo os conteúdos que sinto mais dificuldade, e os que serão mais cobrados no vestibular.

Maria Isabel Caetano, 16 anos, aluna do CERBRB.{/xtypo_quote}

 

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