Governo vai doar mudas de coco-anão e híbrido para produtores de Mâncio Lima e Rodrigues Alves

Objetivo é suprir a demanda da fábrica de processamento da água e derivados da fruta que será  construída no Estado

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“Aqui só se produz uma variedade da fruta: o coco-anão, rico na qualidade e volume de sua água. É a melhor água do mundo”, enaltece o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Souza, Caetano Lima (Foto: Sérgio Vale/Secom)

O sertão nordestino é verdadeiramente a terra dos contrastes. Embora marcado pela irregularidade de chuvas, o que provoca contínuas estiagens, é lá também onde se encontra o solo mais fértil do país. Prova disso é a variedade e imensa quantidade de pés de coco que se veem nas margens de suas estradas. Seguindo pela BR-230, a partir de João Pessoa, capital da Paraíba, após viajar aproximadamente 450 quilômetros e passar por uma dezena de pequenas localidades, chega-se, enfim, a Souza.

A cidade, com 80 mil habitantes, é  do tamanho de Cruzeiro do Sul. Afastado dela cerca de 15 quilômetros localiza-se o Perímetro de Irrigação São Gonçalo. Banhada por um imenso lago, a área plantada chega aos 2,5 mil hectares, dividida em lotes de três hectares cada, nos mesmos padrões dos projetos de assentamento do Incra, e submetida à fiscalização permanente do Ministério da Agricultura. As oito mil pessoas que nela residem se orgulham de produzir o que chamam de "a melhor água de coco do Brasil".

Para assegurar essa importante conquista, um Centro Tecnológico voltado à cultura do coco funciona nas proximidades do Perímetro, dando o suporte de que os assentados necessitam para não perder a qualidade do que produzem. Além das carretas que saem diariamente de suas estradas vicinais carregadas com coco para abastecer mercados como os do Rio de Janeiro e São Paulo, outra importante fonte de renda, com a procura bem acima da oferta, vem da venda de mudas da planta.

“Aqui só se produz uma variedade da fruta: o coco-anão, rico na qualidade e volume de sua água. É a melhor água do mundo”, enaltece o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Souza, Caetano Lima. Os viveiros foram construídos na beira da estrada para facilitar a retirada e o transporte. “Cada um comporta 50 mil mudas e é difícil encontrar estoque disponível para entrega. Quem se interessar tem de fazer reserva”, esclarece Raimundo Alves Dantas, responsável por um desses viveiros.

Para alavancar a produção, o governo do Acre está determinado em adquirir, de imediato, 40 mil mudas de coco, que serão doadas aos plantadores cujas propriedades estejam preparadas para recebê-las. A intenção, porém, é diversificar a variedade. Deverão ser entregues, a princípio, 20 mil mudas do coco-anão, rico em água, e outras 20 mil mudas do híbrido, que contém água e polpa. O objetivo é suprir a demanda da fábrica de processamento da água e derivados da fruta, planejada para ser construída no Estado.

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Experiência positiva do cultivo do coco é desenvolvida na região do município de Mâncio Lima, no Juruá, já há algum tempo, e a meta é expandi-la para outras regiões (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Experiência positiva do cultivo do coco é desenvolvida na região do município de Mâncio Lima, no Juruá, já há algum tempo, e a meta é expandi-la para outras regiões, principalmente onde o acesso a água seja facilitado. “O desembolso do Estado no fim desse projeto será de R$ 1,2 milhão. As 20 mil mudas do coco-anão que virão da Paraíba se somarão a outras 20 mil mudas do coco híbrido, cuja reserva já foi feita junto a Tecnococo, empresa de Fortaleza, no Ceará, para entrega em agosto”, salienta Mauro Ribeiro, secretário de Estado de Agricultura e Pecuária.

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40 mil mudas de coco serão doadas para produtores acreanos (Foto: Sérgio Vale/Secom)

O que encarece o valor das mudas é  o transporte. A muda do coco-anão, no viveiro, custa R$ 2. A do coco híbrido, R$ 7. Com o frete, o preço duplica. O destino final do carregamento será o Juruá, atendendo 30 produtores de Mâncio Lima e 10 de Rodrigues Alves. Eles foram capacitados pelo pessoal do governo do Estado, quanto ao plantio e aproveitamento do espaço da propriedade. Cada uma delas destinará cinco hectares exclusivamente ao cultivo do coco.

São muitas as alternativas de renda advindas do cultivo do coco, desde que amparadas na industrialização. De cada árvore adulta pode-se tirar, a cada colheita, até 120 frutas. Da água à casca, passando pela polpa, os produtos e subprodutos extraídos do coco são os mais variados. As ações determinadas pelo governador Tião Viana desde o início do ano para o incremento da produção rural indicam o norte a ser seguido pelo Acre na busca da sua independência econômica, a partir do potencial da floresta, dos rios, lagos e igarapés e da capacidade do seu povo.

 


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