Não-contagiosa, de difícil diagnóstico, de origem e cura desconhecidas. Essas são as características da doença
O lúpus é um distúrbio autoimune inflamatório crônico que pode afetar muitos sistemas no organismo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em torno de cinco milhões de pessoas têm lúpus. Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte, é o lugar com maior incidência da doença no mundo. A cada ano, surgem aproximadamente 65 novos casos, representando 8,7 casos para cada 100 mil habitantes, como informa o site Diário de Natal (www.dnonline.com.br).
As pessoas do sexo feminino, na faixa etária de dez a 50 anos, são as vítimas mais frequentes (cerca de 90% dos casos). Porém, tanto em homens como em mulheres, a doença pode atingir pele e mucosas, articulações, rins, sistema nervoso, coração, pulmões, vasos, olhos, sangue, aparelho digestivo e outros.
No Acre, de acordo com informações do Departamento de Regulação da Rede de Assistência da Secretaria de Estado de Saúde, foram registrados no período de 2000 a 2010 mais de 51 mil procedimentos referentes a essa doença, o que inclui atendimento médico, exames laboratoriais e clínicos e de alta complexidade, medicamentos e TFD. Desse total, mais de 40 mil foram realizados em mulheres.
O número de internações registradas nesse mesmo período por pacientes acometidos pela doença foi de 355. Já as estatísticas produzidas pela Divisão Estadual de Vigilância Epidemiológica apontam que, ao longo de dez anos, 55 pessoas morreram.
O médico reumatologista Fernando Oscar Tayt-Sohn atende pacientes portadores de doenças do colágeno, na qual o lúpus está inserido, e costuma indicar a acupuntura como uma alternativa para complementar o tratamento.
“A acupuntura tem se constituído como um importante aliado na luta contra o lúpus, uma vez que alivia as dores dos pacientes, melhorando a qualidade de vida deles”, informa Tayt-Sohn.
O reumatologista informa ainda que o tratamento indicado para a doença já evoluiu significativamente com a utilização dos medicamentos Cloroquina, Azatioprina, Meloxicam e o Metotrexato. Especialistas recomendam alguns cuidados para evitar o agravo da doença, como o uso frequente de protetor e bloqueador solar, alimentação saudável com poucas calorias e ingestão de alimentos com pouco sal para controlar a retenção de líquidos e a pressão arterial etc.
Tipos de lúpus
Discoide: Caracterizado por inflamações na pele. Aparecem geralmente na face, nuca e couro cabeludo.
Sistêmico: Considerado o mais grave, pois afeta quase todos os órgãos e sistemas.
Induzido: ocorre por consequência do uso de certos medicamentos. Entretanto, isso depende mais da pessoa do que da substância, pois nem todos que tomam esses medicamentos desenvolverão a doença, depende do sistema imunológico de cada um.
As causas
Os fatores que provavelmente influenciem no desenvolvimento do lúpus são o ambiente (luz solar, estresse, certos medicamentos e vírus), hormônios (mais comum em mulheres durante a vida fértil) e problemas com o sistema imunológico. Presume-se que fatores hormonais sejam os responsáveis diretos pela maior incidência entre as mulheres, suspeita reforçada pelo aumento dos sintomas no período menstrual e durante a gravidez. O estrogênio, particularmente, estaria relacionado à doença.
Sintomas
Entre os sintomas mais comuns relatados pelos pacientes estão dores e rigidez na articulação (com ou sem inchaço), dores musculares, febre sem causa conhecida, cansaço, rachaduras na pele, anemia, dificuldade de raciocínio e memória, problemas renais sem causa aparente, dor no peito ao respirar profundamente, sensibilidade à luz e perda de cabelo.
Tratamento
Consiste no uso de medicamentos anti-inflamatórios não esteroides e corticosteroides. Em casos de pacientes nos quais o tratamento não tem o efeito esperado, ocasionando manifestações mais graves, como nefrite lúpica ou distúrbios neurológicos, é aconselhada aplicação da quimioterapia.