Vice-presidente elogia gestão do governo do Estado com desenvolvimento sustentável
O modelo de desenvolvimento adotado pelo Acre – uma economia com baixa emissão de carbono, que inclua pequenos, médios e grandes produtores, que use o que a floresta tem de melhor e preserve o meio ambiente – tem chamado a atenção do mundo. O vice-presidente do International Finance Corporation (IFC), um organismo de Financiamento ligado ao Banco Mundial, veio ao Acre para conhecer pessoalmente todas as experiências positivas que são realizadas aqui. Outro objetivo da visita é acompanhar e identificar iniciativas empresariais – alvo da instituição – passíveis de financiamento.
“A região amazônica é muito diferente do resto do Brasil e o projeto do Acre é impressionante porque mostra o que pode acontecer quando há uma gestão responsável. Nunca vi esses tipos de realizações em tão pouco tempo. É uma inspiração para outros países, como a África”, disse Thierry Tanoh, vice-presidente do IFC.
A equipe do IFC e do Banco Mundial que esteve em Rio Branco conheceu iniciativas como a fábrica de preservativos e de tacos em Xapuri. Durante o encontro com o governador Tião Viana a conversa foi além das impressões positivas e se estendeu a como o Acre pode ser ajudado a avançar ainda mais e que dificuldades um estado amazônico encontra para se desenvolver. Um exemplo é a distribuição de bolsas de pós-graduação em universidades estrangeiras, que são distribuídas de acordo com a classificação das universidades, o que contribui para aumentar as desigualdades.
“Nós, na Amazônia, temos o menor acesso por vias físicas e virtuais, menor distribuição de energia, maiores desigualdades e a maior responsabilidade de proteção ao meio ambiente. Como assegurar qualidade de vida com tantas desigualdades históricas? O nosso desafio é transformar a economia num grande vetor de desenvolvimento, mas sem nos afastarmos nunca da responsabilidade ambiental. A saída é diminuir o tempo de espera para o crescimento econômico, e, por isso, precisamos de parceiros”, disse o governador Tião Viana.
Segundo o secretário de Planejamento do Acre, Márcio Veríssimo, os representantes do IFC vieram ao Acre acompanhar projetos em andamento e identificar novas experiências importantes no setor empresarial. “O IFC é voltado para as empresas do setor produtivo e não tem interesse em ajudar uma empresa, mas três, quatro, todo um setor. Ele é parceiro em projetos importantes para o Acre e essa cooperação é fundamental para que possamos desenvolver projetos no Acre voltados para uma economia sustentável”, afirmou.
De acordo com Luis Antônio Funcia, coordenador do IFC para a Amazônia, a atuação se dará em cinco eixos principais, que são a ajuda ao governo nos processos de licenciamento ambiental, venda de crédito de carbono, busca de empresários para o setor da piscicultura e de bolsas universitárias estrangeiras.
As conquistas do Acre em 12 anos
Para o vice-presidente do IFC, Thierry Tanoh, alcançar conquistas como a exportação de madeira laminada certificada para a Europa (o Acre já é o maior exportador brasileiro) os avanços na exportação da castanha (o Acre também é o maior exportador no Brasil da amêndoa) e o trabalho feito com os seringueiros em Xapuri, que fornecem látex de seringais nativos para a fabricação de camisinhas – 100 milhões de preservativos por ano, com R$ 14 milhões do Ministério da Saúde para dobrar a produção este ano – garante ao estado um nível de comprometimento com o desenvolvimento econômico sustentável que ele nunca viu. “É impressionante tantos avanços em apenas 12 anos”, disse.
Uma das preocupações de Tanoh para manter e ampliar os financiamentos, porém, é o avanço também em áreas estratégicas como educação e saúde, nas quais o Acre tem atingido bons resultados. Tião Viana apresentou alguns dados que mostram o desempenho acreano:
· Único Estado brasileiro a ter universidade pública em todos os municípios, mesmo os isolados ou de difícil acesso;
· 98% dos professores da rede pública estadual de ensino tem formação superior. Em São Paulo este índice é de 48%;
· Há 12 anos o Acre era o último colocado no ranking da educação do Ministério da Educação. Hoje figura entre os dez primeiros. No ensino do quarto ao sexto ano, é o quarto colocado, na frente de Estados como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
· O analfabetismo foi reduzido de 26% para menos de 12%.
· O Acre atingiu as metas do milênio da Organização Mundial da Saúde, reduzindo de 43/1000 para 26/1000.
· Paga o melhor salário para mulheres na região Norte, segundo o Dieese.
· Paga o melhor salário para funcionários públicos.
· No prazo de dois anos 100% dos domicílios receberá água tratada e 70% terá rede de esgotamento sanitário, índice melhor que o do Rio de Janeiro e São Paulo.