Duas vans e um caminhão furgão agilizarão o transporte de alimentos e índios em tratamento de saúde
Na tarde desta quinta-feira, 10 ,a comunidade indígena do Acre recebeu da parceria entre governo federal, estadual e prefeitura de Rio Branco os veículos que resolverão vários gargalos no cuidado à saúde dos índios. O caminhão será destinado ao transporte de alimentação para as aldeias e para a Casa do Índio (Casai). Já as duas vans, com 16 lugares cada, agilizarão o transporte dos pacientes nos dois circuitos médicos da capital.
A Casai atende, em média, 200 pacientes, que permanecem 20 dias, geralmente, na casa. De acordo com o presidente do grupo de trabalho do distrito sanitário especial indígena, Ruy Barbosa de Moura Filho, os pacientes que moram mais perto, como Sena Madureira e Manuel Urbano, são levados para casa entre as consultas e exames. Já os pacientes do Juruá, Santa Rosa do Purus e Jordão, por exemplo, permanecem em Rio Branco durante todo o tratamento. "Mas a demanda por meio de transporte é muito grande e agora podemos resolver completamente esse problema”, explica.
Diariamente os pacientes são conduzidos para o Hospital das Clínicas, um dos circuitos médicos, e para os postos de saúde e UPAs, que compõem o segundo circuito.
“É uma ação local que beneficia todo o Estado”, pontuou o assessor especial dos povos indígenas, Yube Kaxinawá (Zezinho). Ele diz que essa é uma reivindicação antiga e vem para consolidar a melhoria na saúde indígena. "Os parentes no interior ficam mais felizes em saber que seus entes queridos têm mais apoio."
A prefeitura de Rio Branco está fazendo o repasse dos veículos para a Secretaria Especial de Saúde Indígena. O recurso veio do governo federal e contou com a contrapartida da prefeitura, somando um investimento de mais de R$ 425 mil. A compra das vans e do caminhão foi decidida de forma participativa entre os órgãos de gestão e a população indígena. “Essa é mais uma etapa vencida na melhoria da atenção à saúde indígena”, finalizou o secretário municipal de Saúde, Osvaldo Leal.
O atendimento à saúde indígena é de responsabilidade do governo federal, mas conta com o apoio incondicional do governo do Estado e das prefeituras. Existem os agentes de saúde nas aldeias e os polos base nos municípios para fazer os atendimentos de baixa complexidade e primário. Mas há pacientes que precisam de tratamento mais especializado e têm que vir à capital.
O chefe do distrito sanitário especial indígena, Raimundo Alves Costa, reforça a preocupação com a qualidade no atendimento dos ‘parentes’ e considera-se "feliz" em poder suprir uma necessidade da comunidade. "Antes nós contávamos com uma ambulância e outros carros, mas havia uma demanda reprimida de viagens. Nós cansamos de fazer mutirão de transporte nos fins de semana para agilizar o atendimento.”