Secretaria Estadual de Meio Ambiente vai coordenar projeto piloto na Amazônia na gestão de bacias hidrográficas
O projeto ambiental acreano “Compreendendo o presente para adaptar-se ao futuro: Análise de vulnerabilidade das comunidades da sub-bacia do Igarapé Judia, diante dos impactos das mudanças climáticas na Bacia do Rio Acre” foi selecionado pelo Instituto HSBC Solidariedade e na reunião de ontem, na Secretaria de Meio Ambiente (Sema), foi dado início às atividades do plano de trabalho para 2011.
A bacia do rio Acre tem uma grande importância social e econômica para o Estado e também é trabalhada como prioridade de gestão e planejamento. O igarapé Judia é uma sub-bacia e o principal afluente da margem direito do rio Acre, com uma área de 123 km². Uma de suas nascentes principais está na zona urbana do município de Senador Guiomard e desemboca no bairro Seis de Agosto, no Segundo Distrito de Rio Branco.
O principal objetivo do projeto é diagnosticar a vulnerabilidade das comunidades dessa região. Para isso, as etapas de trabalho vão desenvolver uma base de dados da bacia do rio Acre, além de realizar capacitações, calcular os índices de risco ecológico e produzir indicadores. Todos esses produtos possibilitam o mapeamento de dados para elaborar um programa de adaptação às mudanças climáticas para essa localidade.
O projeto HSBC para bacia hidrográfica do rio Acre, com foco na sub-bacia do Judia, foi feito em parceria com o governo do Acre, Consórcio Intermunicipal do Território dos municípios do Alto Acre e Capixaba (Condiac), Iniciativa MAP, Ucegeo, WWF-Brasil, prefeitura de Rio Branco, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, CARE e a Agência de Cooperação Alemã para o Desenvolvimento.
“O projeto tem a importância de preparar o Acre com políticas e ações concretas relativas aos possíveis eventos de mudanças climáticas. O planejamento é apenas o primeiro passo, mas para o futuro muito próximo poderemos apresentar ações concretas para a sociedade”, comenta o técnico da WWF Ângelo Lima.
A preocupação com o abastecimento e riscos ambientais tem aumentado na sociedade acreana. Desde 2005 as mudanças climáticas estão mais evidentes, com acontecimentos de secas e inundações. Entretanto, essa questão é ainda mais delicada ao longo dos afluentes.
A coordenadora do projeto, Vera Reis, evidenciou que a metodologia tem uma profunda base técnica e participação da comunidade, o que faz com que esse diagnóstico seja piloto na região amazônica. Os estudos serão também subsídios para o plano estadual de recursos hídricos e para a Defesa Civil. “Acreditamos também que esse será um estímulo para as prefeituras, a partir da vivência dessa experiência”, conclui o assessor técnico da Condiac Pavel Jesek.