Projeto Poronga completa dez anos no Acre com a formatura de 1.200 alunos

Diplomação será  neste sábado, a partir das 17 horas, no Ginásio do Sesi

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O Poronga possibilitou o aumento do número de alunos que concluem os estudos e a redução da idade com que os estudantes terminam o ensino fundamental (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

Jovens com idades variadas e histórias de vida semelhantes quando o assunto é educação – todos se encontravam em defasagem idade-série – reúnem-se neste sábado, 22, no Ginásio do Sesi, a partir das 17 horas, para a formatura de 1.200 alunos que cursaram o ensino fundamental no Projeto Poronga. A festa vai celebrar os dez anos do programa no Acre. Nesse período, mais de 17 mil alunos receberam seus certificados de conclusão no ensino fundamental e aproximadamente 1.500 professores foram formados pela metodologia do Telecurso.

Estarão presentes à  cerimônia o governador do Acre, Tião Viana, o secretário de Estado de Educação, Daniel Zen, e a gerente-geral de Educação e Implementação da Fundação Roberto Marinho, Vilma Guimarães, além de todos os formandos das escolas de Rio Branco e seus familiares.

O Telecurso foi adotado como política pública de ensino pelo governo do Acre com o objetivo de diminuir os altos índices de defasagem idade-série no Estado. O projeto está presente nas modalidades ensino fundamental, ensino fundamental rural e ensino médio, em 17 dos 22 municípios acreanos.

Paulo Henrique Araújo, 16, morador de Rio Branco, entrou para o programa em 2009 e recebe o certificado no sábado com a certeza de que o Poronga mudou sua vida. “O projeto me fez aprender muita coisa, me preparou. Hoje eu sei que sentirei muita saudade dos bons amigos que fiz e da minha querida professora, que me educou e principalmente me ensinou valores, fazendo brotar dentro de mim a vontade de estudar, de ser alguém na vida, um vencedor”, declarou.

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O projeto está presente nas modalidades ensino fundamental, ensino fundamental rural e ensino médio, em 17 dos 22 municípios acreanos (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

O nome dado ao programa no Acre remete à lamparina usada pelos seringueiros que, colocada na cabeça, deixa as mãos livres e serve para iluminar o caminho no meio da mata. Nos últimos anos, as atividades do Poronga contribuíram para a democratização do conhecimento. A distorção idade-série na rede estadual de ensino caiu de 54,12%, em 2002, para atuais 30% no nível fundamental. E a expectativa é de que até o fim de 2011 esse índice chegue a 20%.

A adoção do programa possibilitou ainda um aumento do número de alunos que concluem os estudos, redução da idade com que os estudantes terminam o ensino fundamental e crescimento da demanda por mais vagas no ensino médio, além da correção do fluxo escolar.  A Secretaria de Estado de Educação, que tem várias políticas educacionais de valorização de alunos e professores, reconhece a importância do Poronga para os excelentes resultados alcançados nas avaliações nacionais.

Segundo dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), os alunos do Acre, do 6º ao 9º ano, estão em quatro lugar no Brasil. Há doze anos, o Estado era o último no ranking.

O Telecurso

O Telecurso é uma iniciativa conjunta da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e da Fundação Roberto Marinho. O programa utiliza uma metodologia de ensino apropriada à aceleração escolar e reconhecida pelo MEC. Com aulas presenciais e a distância, o programa utiliza um material de apoio elaborado especialmente para essas aulas por alguns dos mais experientes educadores, mestres e doutores das principais universidades brasileiras.

O índice de aprovação do Telecurso, que chega a mais de 90%, é um dos principais motivos que levam governos estaduais a adotar o programa como política pública de ensino. Como indicador de sua importância para a educação no país, foi escolhido em 2001 como currículo de referência nacional para a avaliação de jovens e adultos por meio do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).

A organização curricular do programa é modular e sua metodologia trabalha a construção coletiva do conhecimento, correlaciona conceitos com o cotidiano, possibilita uma abordagem interdisciplinar e gera o prazer de aprender. Professores, coordenadores e a equipe interdisciplinar são responsáveis pela mediação pedagógica nas salas de aula e também pelos projetos pedagógicos complementares, como dias temáticos, aulas-passeio, mostras culturais, entre outros. Todos os educadores que integram as atividades do Telecurso participam da formação na metodologia e são acompanhados sistematicamente nas suas práticas.

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