Como podemos atrair jovens e adultos, que por situações diversas, não puderam concluir a educação básica? Essa foi uma das perguntas que nortearam as discussões do Seminário Estadual de EJA: pactuando responsabilidades e vencendo desafios, realizado pela Secretaria de Estado de Educação, através da coordenação de Educação de Jovens e Adultos, nesta sexta, 10, no auditório da Uninorte. A solenidade de abertura foi feita pelo coordenador da Agenda Territorial do Mec, Carlos Teixeira, do Diretor de Ensino da SEE, Josenir Calixto, do Pró-Reitor de Extensão da Ufac, Gilberto Dalmolin, da representante do Instituto Federal do Acre, Jailene Ribeiro e da coordenadora de Educação de Jovens e Adultos, Fernanda Alves, os quais falaram sobre as ações do Governo do Estado e Federal que tornaram prioridade esta modalidade de ensino, como política de inclusão social.
Priorizar a qualidade do ensino, este foi o ponto mais dialogado pelos profissionais da educação, alunos e sindicatos, que juntos assinaram uma carta compromisso com a educação de jovens e adultos. “Este é um momento de reflexão sobre as políticas públicas desenvolvidas no Acre, a redução do índice de analfabetismo entre jovens e adultos de 15 a 64 anos tem provado que não estamos só abrindo uma vaga, mas uma vaga de qualidade”, comenta o Diretor de Ensino da Secretaria de Estado de Educação, Josenir Calixto. O evento teve duração o dia todo e foi composto por várias atividades, entre elas, palestras sobre os avanços e desafios da EJA na perspectiva da construção de políticas públicas para os Sistemas de Ensino Federal, Estadual e Municipal; formação de grupos de trabalho, que desenvolveram propostas sobre financiamento, gestão, formação, intersetorialidade, regime de colaboração, controle social e política pública em EJA. As propostas discutidas pelos grupos de trabalho estão relacionadas à construção de fato de uma educação para todos e integrada ao mundo do trabalho, conforme estabelecem as recomendações aprovadas na Conferência Nacional de Educação. “Hoje, estamos apresentando um diagnóstico da EJA, pactuando um termo de compromisso pela EJA, conforme se tem utilizado na agenda territorial, como forma de valorização dessa política de inclusão dos menos favorecidos”, afirma Fernada Alves, coordenadora da EJA no Acre. De acordo com a coordenadora do Programa Movimento pela Alfabetização do Acre (MOVA Alfa 100), Maria Augusta, o Acre tem apresentado resultados positivos em relação à erradicação do analfabetismo. “Em 2000, atendíamos uma população de 24% de analfabetos e hoje esse índice reduziu para 12,7%. Isso é o resultado do trabalho dos professores, comunidade, Governo do Estado e Federal através do Programa Brasil Alfabetizado”, declara Augusta. O seminário foi encerrado com uma plenária que apresentou a síntese das propostas para esta modalidade do ensino, que devem ser executadas a partir de 2011, apresentação de experiências exitosas em EJA e assinatura da Carta Compromisso com a Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos.
Conhecendo a Educação de Jovens e Adultos no Acre
Funcionando como modalidade de ensino desde 1996, a Educação de Jovens e Adultos no Acre vem realizando projetos que atendem alunos em distorção idade-série do ensino fundamental ao médio. Atendendo às dimensões do desenvolvimento, da auto-realização, da inclusão social e da inserção no mundo do trabalho.
Resultados
Professores capacitados através da formação continuada, realizada pela equipe técnica da Coordenação de EJA, permitindo maior conhecimento das especificidades deste campo e apropriação da metodologia utilizada;
Desenvolvimento da cultura empreendedora junto aos alunos do Ensino Fundamental e Médio, em parceria com o SEBRAE;
Atendimento com merenda escolar aos alunos matriculados na EJA;
Oferta de cursos de qualificação profissional aos alunos concludentes do Ensino Fundamental através de parceria com o IDEP-DM(Instituto Dom Moacir).
De 1999 à 2010 foram atendidos 180 mil alunos.
