Divulgadas nesta quarta-feira, as Contas Regionais confirmam a solidez da economia acreana, com agropecuária, extrativismo e indústria cada vez mais fortes
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira, 17, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados, tendo 2008 como ano de referência, confirmando a grande evolução econômica do Estado na última década. Com crescimento de 6,9% em termos reais, superior à média nacional de 5,2%, o Acre registrou o segundo melhor desempenho da região norte e o sétimo do Brasil. Apresentou PIB de R$ 6.730 milhões (0,2% do PIB brasileiro) em 2008 contra R$ R$ 5.761 milhões (0,2%) em 2007, o Estado encontra-se na 26ª posição no ranking em 2008. Na série (2002-2008) apresentou o 4º maior crescimento em volume (44,1%). "O Acre, pelo segundo ano consecutivo, obteve o sétimo maior crescimento do país", confirmou Claudia Saldanha, do Departamento de Estudos e Pesquisas da Secretaria de Estado do Planejamento.
O PIB per capita acreano foi de R$ 9.896 em 2008 contra R$ 8.789 no ano anterior, mantendo o Estado na 17º posição do ranking nacional pelo segundo ano consecutivo. A maioria dos setores econômicos apresentou crescimento substancial do PIB no período: com taxa de crescimento do volume de 14,7%, a agropecuária foi responsável por 18,6% do valor adicionado do Estado em 2008. A atividade cultivo de outros produtos da lavoura temporária representa aproximadamente 50% do valor da produção agropecuária acreana, com destaque para o aumento da produção da mandioca, que cresceu 19%. Contribuíram ainda para o bom desempenho da agropecuária em 2008, o aumento da produção de milho (8%) e da atividade criação de aves (35%).
A indústria teve 12,4% de participação do valor adicionado do Estado em 2008, e seu crescimento em volume foi de 5,8%. A indústria acreana foi impulsionada pela construção civil que expandiu 6,9% e aumentou de 54% sua participação em 2007 para 60% em 2008 no valor total do setor. As outras atividades que colaboraram para o incremento foram a indústria de transformação com expansão de 4,8% e participação na indústria total de 27,3%; e, o crescimento obtido pelos serviços industriais de utilidade pública (4,3%).
O setor de serviços cresceu 4,8% em 2008 em relação ao ano anterior. As atividades que mais impulsionaram o setor de serviços foram o comércio e serviços de manutenção e reparação que expandiu 8,1% e respondeu por 20,1% dos serviços; e a administração, saúde e educação públicas e seguridade social que cresceu 2,6% em 2008, com participação no valor adicionado do Estado de 33,4%.
No geral, Piauí foi o Estado que teve o maior crescimento real do PIB em 2008 (8,8%), embora tenha mantido uma participação relativamente baixa no PIB nacional (0,6%). O crescimento se deveu, em grande parte, aos resultados positivos da agricultura, cujo volume de 62,1% foi incrementado pela cultura de soja.
Norte vem ganhando posições e Acre segue avançando na região
Os dados apontados pelas Contas Regionais do Brasil 2004-2008, que revelaram, ainda, que a região Sudeste continua perdendo participação no PIB. A perda foi de 0,4%, um recuo em relação a 2007. Em seis anos, a queda foi de 0,7%. Já o Sul, apesar do decréscimo de 0,3% nos últimos seis anos, manteve a mesma participação em relação ao ano anterior, cerca de 16,6%. As demais regiões vêm ganhando participação desde 2002.
Apesar disso, a concentração ainda é forte no Brasil, já que, em 2008, oito Estados detinham quase 80% do PIB nacional. Naquele ano, a participação de São Paulo era da ordem de 33%, mas esta apresenta tendência de queda desde 1995, quando era de 37%. Mesmo assim, o estado registrou PIB recorde, ultrapassando pela primeira vez a marca de R$ 1 trilhão. Desde o início da série, os seis primeiros colocados no ranking não mudavam de posição. Porém, em 2008 Santa Catarina ultrapassou a Bahia, ficando com a sexta posição. As regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste vêm ganhando participação no PIB desde 2002. As duas primeiras avançaram, cada uma, 0,4% no período, enquanto a última cresceu 0,1%. Sul e Sudeste perderam 0,3% e 0,7% de participação, respectivamente.