IDAF enfrenta mandarová com armadilha luminosa, inseticida natural e informações aos produtores

Lagarta já apareceu na região e sua expansão preocupa técnicos

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Idaf oferece às comunidades mais atingidas pela praga, armadilha luminosa para o combate à lagarta. Produtor Francisco Maia assina termo e diz que está preocupado (Fotos: Onofre Brito/Secom)

A comunidade Santa Maria situada, na BR-307, passou por muitas dificuldades na passagem de 2006 para 2007, quando a praga da lagarta mandarová dizimou as lavouras de macaxeira e praticamente zerou a produção de farinha para dezenas de pequenos produtores. Não apenas lá, muitas comunidades do Vale do Juruá sofreram com o ataque das lagartas nesse período, com perdas enormes em toda parte. Há alguns anos, o IDAF, em parceria com a UFAC, vem monitorando a presença da lagarta e já se sabe que, de quatro em quatro anos, acontece o pico da praga, ou seja, estamos atravessando novamente este período neste fim de 2010.

Nas comunidades onde a praga se fez mais feroz na última eclosão, como a Santa Maria, o IDAF está oferecendo para uso comunitário uma armadilha luminosa que tem duas funções: identificar as revoadas das lagartas (se forem capturadas 50 mariposas em apenas uma noite, o sinal de alerta está dado de que a lagarta vai aparecer) e controle, pois cada mariposa capturada iria botar de 500 a 1.800 ovas, quase todas eclodindo em lagartas.

Neste ano, segundo a engenheira agrônoma do IDAF, Ligiane Amorim, a preocupação aumentou porque a praga começou a se espalhar em lugares onde antes ainda não havia se manifestado como Sena Madureira, Xapuri, Senador Guiomard, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo e em localidades distantes de áreas mais desmatadas. Outra preocupação: a mandarová geralmente aparecia quando a estação chuvosa já estava vigorando plenamente mas neste ano mal começaram as chuvas e a lagarta já é encotrada nos roçados. O agricultor e produtor de farinha Lauro Ferreira Lima cultiva três hectares de macaxeira e informou que já encontrou a lagarta este ano.

Alerta e combate

O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (IDAF) vem fazendo um mutirão de alerta e combate junto às comunidades da região. Os produtores são convidados para reunião onde são apresentadas diversas informações sobre a lagarta, seus ciclos de vida e como combatê-la.

Por outro lado, o IDAF também conta com o baculovírus, um inseticida natural, que não contamina o meio-ambiente e nem quem o manuseia e que adoece e mata as lagartas de até três dias. Para produzir mais inseticida são utilizados os cadáveres das lagartas contaminadas, que morrem coladas aos pés de mandioca.

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Todas essas informações foram repassadas aos produtores da Comunidade Santa Maria que também recebeu uma armadilha luminosa. O produtor Francisco Maia assinou o termo de responsabilidade ficando responsável pelo equipamento que logo será instalado em alguma colônia da região, podendo se assim constatar se a mandarová vai mesmo aparecer por lá neste ano. Serão distribuídas 27 armadilhas nas comunidades que mais foram atacadas no passado, no entanto a comunidade ou o produtor que quiser possuir uma, ela pode ser produzida artesanalmente por um preço aproximado de R$ 50,00. Um inconveniente é a bateria, que precisa ser recarregada depois de cada noite de uso, o que é feito no IDAF. 

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