Polícia Civil esclarece morte do presidente da Câmara de Acrelândia

Cinco pessoas já foram presas, entre elas os secretários de Administração e Educação do município, além da mãe do prefeito

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Polícia Civil deflagrou nesta sexta-feira a Operação Passando a Limpo. Cinco pessoas já foram presas. Na residência dos acusados foram apreendidos documentos bancários, notas fiscais, dinheiro e munições Foto: Pedro Paulo/Assessoria Polícia Civil

"Nós sabíamos que a polícia estava trabalhando sem alarde e agiu na hora certa, possibilitando quebrar um braço criminoso que atuava na região do Abunã. Pessoas que, de maneira covarde, ceifaram a vida do meu marido", disse Glaucia Ferreira Lima, viúva de Fernando José da Costa, o "Pinté", do Partido Progressista (PP) e presidente da Câmara de Vereadores de Acrelândia (122 quilômetros de Rio Branco). O político foi executado a tiros no portão de casa dia 1º de maio, por volta das 20 horas.

O desabafo da viúva foi nesta sexta-feira, 24, quando a Polícia Civil deflagrou a Operação Passando a Limpo, em Acrelândia. Durante a ação os policiais prenderam Carlos Henrique Pereira Lago (Carlinhos), Jonas Vieira Prado (secretário de Administração), Joaba Carneiro da Silva (secretário de Educação), Maria da Conceição Araújo (vereadora tesoureira da Câmara Municipal e mãe do prefeito Carlos César Nunes de Araújo), além de Paulo César Araújo (pai do prefeito), este último flagrado com munição sem autorização legal. Paulo César pagou fiança e vai responder ao processo em liberdade, sendo os demais recolhidos ao presídio de segurança máxima Antônio Amaro Alves e estão à disposição da Justiça.

O balanço da operação desencadeada simultaneamente em vários alvos, no município, foi divulgado durante entrevista coletiva do delegado geral Emylson Farias, nesta manhã. Segundo Farias, foram necessários mais de quatro meses de investigação para desarticular o crime, praticado em concurso de pessoas, entre a vereadora Maria da Conceição, que era secretária da Mesa Diretora da Câmara Municipal na gestão de Pinté, Joaba Carneiro, Jonas Prado e José Valcir da Silva (secretário de Obras), que se encontra com prisão decretada, porém foragido.

 "Eles em comunhão de desígnios e ações pagaram R$ 30 mil para o pistoleiro Carlos Lago matar o vereador. Este por sua vez terceirizou o "serviço". Carlinhos como também é conhecido, a mando dos contratantes passou a ordem de matar o Pinté, para Jhonata Alves da Silva. Foi ele quem entrou na casa da vítima e desferiu os disparos que lhe causaram a morte", revela o delegado geral Emylson Farias.

Jhonata já se encontrava recolhido ao presídio pela morte de Pinté e a polícia identificou seu cúmplice que poderá ser preso a qualquer momento. Outro envolvido na execução, que está foragido é José Antônio da Silva, o Zezão. Segundo a investigação, foi Zezão quem forneceu a arma para matar o vereador. "Quero esclarecer que as investigações continuam com a mesma intensidade do dia do crime, quando eu estive pessoalmente no local e outras prisões vão ocorrer em breve", garante Emylson Farias.

MOTIVAÇÃO

O vereador Fernando José da Costa descobriu um esquema de corrupção envolvendo pagamento de propina em forma de diárias, por parte da Câmara Municipal, e outros esquemas relacionados à corrupção, como: prestações de contas fraudadas.

Em face destas denúncias que o parlamentar ameaçava tornar públicas, os acusados montaram um "consórcio" para Carlos Lago, investigado por pistolagem, executar a vítima pelo valor de R$ 30 mil. Crime consumado com a ajuda de Jhonata Alves da Silva e comparsa.

Sob a coordenação dos delegados Carlos Flávio (corregedor adjunto), Vanderley Thomas (capital e interior), Irlan Silva (departamento de inteligência), Alcino Junior, Juliana de Angelis e Pedro Paulo a polícia deu cumprimento a mandados de buscas e de prisão, logrando êxito em prender os investigados pelo crime que deixou chocada a população de Acrelândia.

Na residência dos acusados foram apreendidos documentos bancários, notas fiscais, dinheiro e munições. O material apreendido está sendo periciado e as provas serão acostadas ao inquérito policial que será relatado ao final da investigação e encaminhado ao Poder Judiciário.

 

 

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