Espaço aberto ao público traz mais do que a história do rádio acreano, mas uma viagem pela cultura popular brasileira
![]() |
São 67 anos de história. Mais do que isso, são 67 anos de uma história que deve ser, acima de tudo, preservada. Assim, a Rádio Difusora Acreana, a Voz das Selvas, ganhou no dia do seu aniversário um espaço único: a Sala de Memória, onde, além de resgatar a história da rádio mais antiga do Acre, é possível fazer uma viagem por décadas da cultura popular brasileira, conhecer a Era de Ouro do Rádio e as gerações da nossa música popular.
A sugestão para a criação da Sala de Memória da Rádio Difusora Acreana foi da diretora Jacira Abdon. Ela conta que, 18 anos depois de trabalhar na rádio, visitou o local após uma grande reforma e encontrou vários equipamentos antigos retirados. "São objetos que contam a história da rádio", diz Jacira. Começou então um trabalho de coleta e a emissora começou a receber doações de vários ouvintes.
"Na Região Amazônica, é o único museu conhecido em uma emissora de rádio", conta José Costa, funcionário da Rádio Difusora há 18 anos e que também contribuiu para a fundação do espaço. Ele conta que os objetivos do museu são o de preservar a memória da rádio, servir de fonte para pesquisas tanto da história da MPB quanto do rádio acreano, e criar um grande alcance social, tanto na juventude, como dos saudosos que acompanham a voz que ecoa nas selvas há tanto tempo.
A Sala de Memória da Difusora está aberta para visitação, com entrada gratuita, de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas, no próprio prédio da rádio.
Acervo de ouro
A Sala de Memória da Difusora abriga um acervo especial, entre equipamentos que contam a história da rádio, como uma mesa de transmissão valvulada. Há também relíquias como o Rádio Zenith – atualmente com apenas 2 modelos encontrados no Brasil pela internet; um gravador e reprodutor Tuscam 34B e um Lloyd’s, um dos primeiros gravadores móveis produzidos ainda com fita separada em dois rolos.
Mas o maior tesouro da sala são os discos de vinil. Eles contam mais do que a história da rádio, marcam as gerações da música brasileira e internacional. Uma parede inteira da sala foi decorada com reproduções dos vinis que estão disponíveis para audição do outro lado. Lá é possível encontrar Chico Buarque, Ney Matogrosso, Waldick Soriano (em uma edição limitada), Abba, Nirvana, Tina Tuner e tantos outros. "O vinil conta uma história que o CD não sabe contar", declara José Costa.
Também é possível encontrar um mural com cartas e postais de ouvintes de várias partes do mundo. Noruega, Suécia, EUA, Itália, Alemanha, Finlândia, entre tantos outros lugares onde as ondas da Difusora foram captadas e apreciadas. Além de outro mural com fotos em preto e branco de momentos marcantes da rádio.
Passado, presente e futuro
A construção da Sala de Memória não terminou. Algumas metas foram traçadas para incrementar ainda mais o espaço, como encontrar o áudio do primeiro programa, acervo relacionado ao primeiro diretor da rádio e os primeiros comerciais veiculados na programação da Rádio Difusora. "Nossa história está sendo feita a cada dia, a produção de hoje, amanhã já é memória", afirma Jacira Abdon.
Considerada a maior emissora de alcance social do governo, a Rádio Difusora é parceira na divulgação de ações que beneficiam a população do Acre como o ProAcre. Atualmente, a Rádio Difusora Acreana possui um projeto para que até o fim deste ano:que a rádio alcance patamares ainda maiores na programação e audiência.
Galeria de Imagens