Setul implanta trilha para deficientes visuais no Parque Chico Mendes

Feche os olhos e sinta o ambiente ao seu redor. Ouça os ruídos – primeiro os mais altos e próximos, depois os que estão distantes. Tente sair do lugar onde está e caminhar. A experiência é desafiadora e difícil para quem enxerga, mas natural aos que têm restrição visual. Foi pensando em oferecer uma nova oportunidade sensorial aos deficientes visuais que a Secretaria de Estado de Turismo e Lazer (Setul) investiu no projeto Trilha Sensitiva, uma ação realizada em parceria com a Prefeitura de Rio Branco e o Parque Chico Mendes.

Convidados aceitaram proposta de percorrer parte da trilha de olhos vendados ( Foto: Assessoria Setul)
Convidados aceitaram proposta de percorrer parte da trilha de olhos vendados ( Foto: Assessoria Setul)

Nesta quarta-feira, 29, a secretária de Turismo e Lazer, Rachel Moreira, acompanhou o início da Oficina de Condução ministrada durante todo o dia pelo instrutor França Nobre, do Centro de Apoio Pedagógico a Deficientes Visuais (CapDV), aos monitores do parque e à servidora da Setul, Rita Ramos, idealizadora do projeto.

O trecho de acessibilidade destinado a este público está sendo concluído e já possui cordoamento, descrição dos atrativos em braille, faltando apenas a conclusão da recuperação do solo em cerca de 1,5 mil metros, localizados no entorno do zoológico. Esta é a primeira trilha inclusiva implantada em parques ambientais na região Norte. Ainda não há data definida para a inauguração da trilha, mas ela já pode ser usada. Os alunos do CapDV, Francisco Cleide, Nena e Fabrício fizeram o reconhecimento do trecho e aprovaram. “É muito bom ter um lugar como o Parque Chico Mendes com este serviço acessível”, diz Francisco.

A secretária Rachel Moreira e a jornalista Anne Nascimento, do canal Amazonsat, aceitaram a proposta de percorrer parte da trilha de olhos vendados, usando o cordoamento como guia e bengalas para identificar e se proteger dos obstáculos do caminho. “É incrível! Primeiro dá uma sensação de insegurança, para nós que enxergamos, depois passamos a sentir e ouvir melhor. Muito bom”, descreveu Anne Nascimento. A administradora do Parque Chico Mendes, Marta Lima, informou que além do trecho com cordas para guiar os deficientes visuais, dos pontos de descrição em Braille diante de cada animal, os monitores incluíram na trilha algumas árvores e vegetações típicas da região para identificação tátil.

Para Rachel Moreira, a oferta do serviço amplia as opções para deficientes visuais e pessoas com baixa visão dentro do âmbito do turismo. A intenção é ampliar esse projeto para outros espaços de visitação turística, como o Sítio Histórico Quixadá e o Seringal Cachoeira, em Xapuri.

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