Homenagem a Patativa do Assaré em cartaz no FestUsina

Peça "Concerto de Ispinho e Fulô" estreia neste fim de semana na programação da Usina de Arte

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Grupo Cia. do Tijolo homenageia Patativa do Assaré no espetáculo (Foto: Divulgação)

Considerado um dos poetas mais populares da história brasileira e uma das principais figuras da música nordestina do século XX, Patativa do Assaré sabia cantar em verso e prosa os contrastes do sertão nordestino e a beleza de sua natureza. Ainda hoje, após sua morte em 2002, ele influencia a arte de muita gente. É assim com o grupo Cia. do Tijolo, que em uma de suas montagens faz uma homenagem ao poeta no espetáculo "Concerto de Ispinho e Fulô". A peça será apresentada pela primeira vez no Acre nesta sexta, sábado e domingo (27, 28 e 29), às 20 horas, no Festival de Teatro da Usina de Arte (FestUsina).

O espetáculo começa no centro do palco, quando o poeta Patativa nasce dos escombros do Sítio Caldeirão. Uma companhia de teatro vinda de São Paulo faz uma viagem no tempo e chega ao Cariri com o objetivo de entrevistar Antonio Gonçalves da Silva, o Poeta. Na medida em que Patativa engendra seus versos, desfilam diante dos olhos do público as dores da seca, os animados bailes de sua gente, a receptividade do sertanejo, a graça de suas histórias, seus desejos e suas inquietações, suas esperanças e desilusões e também os massacres cotidianos. O que seria uma entrevista costumeira se transforma em um grande passeio, um verdadeiro encontro entre seres humanos e entre dois mundos tão próximos e ao mesmo tempo tão distantes: São Paulo-Assaré/Brasil. As transmissões terminam com a triste notícia do massacre de uma comunidade agrícola: O Caldeirão da Santa Cruz dos Desertos.

Assista a um pequeno trecho do espetáculo

Cia. do Tijolo

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Cia. do Tijolo reúne grupo de artistas, atores e músicos que abordam em palco a vida e a obra de Patativa do Assaré (Foto: Divulgação)

A Cia. do Tijolo surgiu do desejo de Dinho Lima Flor de criar um trabalho sobre a vida e a obra do poeta Patativa do Assaré. Reuniu-se então um grupo de artistas, atores e músicos – Rodrigo Mercadante, Karen Menatti, Fabiana Vasconcelos Barbosa e Thaís Pimpão – interessados em descobrir qual seria a melhor forma de levar essa ideia aos palcos.

O pensamento de Paulo Freire, com sua Pedagogia do Oprimido, se apresentou como um caminho para abordar a obra de Patativa, que estudou apenas seis meses e desenvolveu extraordinariamente as possibilidades poéticas, práticas e reflexivas no manejo da língua.

O nome Cia. do Tijolo se refere a essa inspiração dupla. O primeiro passo no processo de alfabetização do método criado por Paulo Freire é o levantamento do universo vocabular dos grupos com que se trabalha – são palavras ligadas às experiências existenciais, profissionais e políticas dos participantes. Hoje o grupo vive a aventura de construir o que é a Cia. do Tijolo. Tijolo é sua palavra geradora, seu princípio de orientação na construção do Concerto de Ispinho e Fulô.

Prêmios:
Vencedor do Prêmio CPT 2009 na categoria Projeto Sonoro.
Indicado ao Prêmio CPT 2009 na categoria Melhor Espetáculo em Espaço Não-Convencional.
Vencedor do Prêmio Shell 2009 na categoria Música.
Indicado ao Prêmio Shell 2009 na categoria Especial pela Pesquisa e Montagem do Espetáculo.

Ficha Técnica:
Diretor:
Rogério Tarifa.
Diretor Musical: William Guedes.
Dramaturgia: Cia do Tijolo.
Supervisão Dramatúrgica: Iná Camargo.
Elenco: Fabiana Vasconcelos Barbosa, Dinho Lima Flor, Thaís Pimpão, Rodrigo Mercadante, Karen Menatti, Lílian de Lima.
Figurino: Silvana Marcondes e Cia do Tijolo
Músicos: Aloísio Oliver, Maurício Damasceno, Jonathan Silva.
Iluminação: Fábio Retti
Técnico de luz: Danilo Mora.
Cenotécnica/Cenógrafa: Silvana Marcondes.
Produção: Elisa Dutra

Festival Usina de Arte de Teatro
O Festival Usina de Arte de Teatro é realizado pelo Governo do Estado com recursos da Fundação Nacional de Arte (FUNARTE), trazendo cinco grupos representativos de linguagens teatrais distintas do Brasil ZAP 18/ MG, Cia. do Tijolo, Grupo XIX de Teatro e Núcleo 2, de São Paulo, além do Teatro de Los Andes, de Sucre/ Bolívia, com seus espetáculos e oficinas, abertas à comunidade.

O festival traz um panorama do teatro contemporâneo e contribui para a formação de público e estimulará a busca de qualidade técnica e a reflexão sobre o fazer teatral na comunidade artística da cidade de Rio Branco.

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