Governo doa área para criação do Parque Ecológico Wilson Pinheiro

Localizado em Epitaciolândia, unidade de conservação tem 60 hectares de floresta primária, abrigando várias espécies da fauna e flora amazônicas

O governador Binho Marques assinou nesta quinta-feira, 22, a lei 2292, de 27 de julho de 2010, que autoriza a cessão do imóvel de 60,7616 hectares para a consolidação do Parque Ecológico Wilson Pinheiro, em Epitaciolândia. O imóvel, de propriedade do Governo do Acre, será desmembrado da matrícula número 2.525, folhas 557 do livro E-2 da Serventia de Registro de Imóveis da Comarca de Brasileia. A cessão tem duração de dez anos e destina-se exclusivamente à criação da unidade de conservação de modalidade a ser definida pela Prefeitura de Epitaciolândia. O ato de Binho reconhece o esforço da comunidade, do prefeito José Ronaldo e sua equipe e de órgãos do governo, como o Instituto de Terras do Acre (Iteracre) e Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).  Estiveram presentes o titular da Sema, Eufran Amaral, e o secretário de Meio Ambiente de Epitaciolândia, José Menezes Paraguaçu. "Hoje, todos os municípios estão empenhados na gestão ambiental", destacou Binho Marques ao lembrar os vários parques que foram criados em seu governo, como o de Sena Madureira, Feijó, Brasileia e Mâncio Lima.

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Governador Binho Marques e prefeito José Ronaldo firmaram parceria para consolidação do Parque Ecológico em Epitaciolândia (Foto: Gleilson Miranda/Secom)

O parque tem como objetivo promover a preservação e a proteção da fauna e flora local, além de proporcionar atividades culturais, recreativas e educacionais para visitantes e em especial os estudantes da escola Luiz Gonzaga da Rocha, do assentamento Bela Flor e moradores da Vila Progresso, anexo à unidade de conservação. Trata-se de um trecho remanescente de floresta primária com árvores de até 30 metros, servindo de abrigo para animais como macacos guariba, prego, cairara e parauacu, além de mambira, tatu, cotia, gato do mato, porco do mato, bicho preguiça e aves como tucano, papagaio, jacu, jacamim, nambu galinha e pé-de-serra e gavião.

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Parque tem como objetivo promover a preservação e a proteção da fauna e flora locais, além de proporcionar atividades culturais, recreativas e educacionais para visitantes (Foto: Arquivo/Secom)

O parque se insere na proposta do ICMS Verde, regulamentado no ano passado pelo governador Binho Marques, destinando às prefeituras 20% do bolo do imposto sobre circulação de mercadoria para atividades socioambientais sustentáveis nos municípios. O ICMS Verde contém variáveis que vão, por exemplo, da criação e fortalecimento de unidades de conservação, políticas de saneamento básico ao combate à mortalidade infantil e melhoria nos índices educacionais. 

Originalmente a área da UC integra a da escola Luiz Gonzaga, criada para o ensino técnico agrário, mas não alcançou esse objetivo. Parte das terras está desmatada, mas cerca de 63,3 hectares são floresta primária. Essa mata vem sendo utilizada constantemente para suprir as necessidades de madeira pela comunidade local, o que tem trazido grande prejuízo aos recursos naturais. É uma região de fácil acesso, a cerca de nove quilômetros do centro de Epitaciolândia, com rede de energia elétrica. A manutenção da área como floresta estará contribuindo para a prestação de serviços ambientais e o parque vem sendo utilizado como instrumento didático-pedagógico para estudantes e comunidade. Epitaciolândia mantém o programa escolar "Floresta das Crianças", que estimula a consciência ambiental entre os estudantes do ensino fundamental.

O nome do parque presta homenagem a Wilson Pinheiro, que foi seringueiro e presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia, morto em 1980 pelos que eram contrário sua luta em defesa da floresta e dos direitos do homem rural.

Unidade terá orquidário

A UC tem acesso pela BT 317. Para se chegar lá, o visitante passa pela Vila Progresso, Polo Agroflorestal, assentamento Bela Flor e escola Luiz Gonzaga.  A vegetação apresenta vários estratos. Os moradores do entorno iniciaram a preparação de sementes e mudas de espécies nativas para um possível repovoamento.  Ainda são encontradas as seguintes espécies vegetais: cumaru ferro, garapeira, jutaí, jatobá, amarelão, angico, paxiubão, paxiubinha, castanha do Brasil, tauari, abio, gito, seringueira, pama, açaí, bacaba, pautauá, bromélia e cipós diversos.  O Governo do Acre quer criar um orquidário no parque, o terceiro  proposto pelo governo Binho Marques. "Este projeto faz parte de uma nova situação. É uma boa notícia", afirmou o governador.  O prefeito José Ronaldo agradeceu o esforço de todos, fez especial referência à Sema, à Secretaria de Florestas e ao Iteracre, e reafirmou seu compromisso em lutar pela infraestrutura do parque: "Tenho certeza que nos próximos dois anos vamos fazer um bom trabalho. Para a gente, este é um grande salto", disse ele.

A região possui nascentes de água. Uma delas abastece o igarapé Entroncamento.  A Prefeitura de Epitaciolândia propõe a criação de centro de recepção e orientação ao visitante e de educação ambiental, além de mirantes, trilhas interpretativas e áreas de observação de animais e plantas, auditório, alojamento para pesquiadores e estudantes, área de exposições, viveiro, implantação de um modelo de sistema agroflorestal, setor de recreação e lazer.

 

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