Resgate aéreo era única forma de salvar mãe e filha em um parto de alto risco
Dentre os quinze partos realizados pela Maternidade Bárbara Heliodora no dia 29 de abril, um chamou atenção das pessoas que passavam nas suas proximidades: foi o parto de alto risco da senhora Marlenira da Silva Nascimento, resgatada em Santa Rosa do Purus, a 280 km de Rio Branco, pelo helicóptero Harpia-01 Comandante João Donato.
Comandado pelo piloto Major da Força Nacional Joel Outo, e pelo piloto Major do Corpo de Bombeiros Cleyton, o Harpia-01 recebeu um chamado de emergência e decolou do aeroporto de Rio Branco para Santa Rosa em missão de resgate. Mesmo com o tempo desfavorável, a aeronave percorreu a distância entre as duas cidades em aproximadamente uma hora e meia, com uma velocidade superior a 200km/h.
Após visualizar a ocorrência, o Harpia-01 pousou no campo de futebol da cidade onde uma ambulância do Samu já aguardava com a gestante. Foram menos de dez minutos no chão, tempo apenas de estabilizar a paciente dentro da aeronave e retornar para Rio Branco. Dentro da aeronave a gestante veio recebendo os cuidados do Sargento Loredo e do paramédico Patrício.
Enquanto se deslocava de volta para Rio Branco, uma grande operação era deflagrada no centro da cidade para permitir o pouso do helicóptero em meio ao trânsito intenso do final de tarde. Trabalho para a equipe de solo do CIOPAER (Centro Integrado de Operações Aéreas), que coordenou toda a segurança em solo e garantiu com louvor a tranqüilidade do pouso nas proximidades da maternidade.
Pouco tempo após Malenira dar entrada na Maternidade Bárbara Heliodora, nasceu Mayara, pesando aproximadamente três quilos e de parto natural induzido por medicamentos. Tanto mãe quanto filha passam bem e já não correm mais riscos.
A importância da Harpia-01 para as comunidades mais isoladas
Segundo Átila Café, coordenadora de acolhimento da Maternidade Barbara Heliodora, se não fosse o trabalho da equipe de resgate do CIOPAER, através da aeronave, fatalmente mãe e filha não teriam resistido à viagem de quatro dias de batelão até Sena Madureira. Tendo em vista que por conta das fortes chuvas a pista de que recebe aviões na cidade não está operando. "Isso reforça a importância da aeronave para nossa região e para as comunidades mais isoladas", disse o Major Outo, da Força Aérea Nacional.
Na pessoa do Major Outo, toda a equipe ressaltou a iniciativa do Governo do Estado em adquirir a aeronave possibilitando as missões. Agradeceram também ao CIOPAER (responsável pela logística da operação), a Força Nacional, ao Corpo de Bombeiros e a todos que estiveram envolvidos na missão de salvar mais uma vida. É a 9º vida salva pelo Harpia-01 desde que entrou em atividade. O Centro Integrado de Operações Aéreas é ligado à Secretaria de Segurança Pública.
"Muito obrigado a todos, se não fosse o resgate de vocês eu não sei como seria"
{xtypo_quote_right}Cada resgate é como se fosse o primeiro, a emoção de salvar uma vida fortalece, é gratificante, não tem preço.
Major Cleyton{/xtypo_quote_right}Uma rotina impossível de se acostumar." É assim que os tripulantes do Harpia-01 descrevem o seu dia-a-dia de salvamentos. Para o Major Cleyton, "cada resgate é como se fosse o primeiro, a emoção de salvar uma vida fortalece, é gratificante, não tem preço." Para o Major Outo, "salvar uma vida é como uma recompensa pelo amor a profissão, compensa todos os perigos de quem trabalha voando."
Durante a tarde dessa sexta-feira, os tripulantes do Comandante João Donato foram conhecer a vida que ajudaram a salvar. Emocionados, pai e mãe agradeceram a equipe pelo trabalho de resgate. "Muito obrigado a todos, se não fosse o resgate de vocês eu não sei como seria", disse Jenival Sales Moura, pai da Mayara.
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