Unesco e Minc fazem zoneamento cultural do Acre

Levantamento das manifestações culturais será feito nos municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Tarauacá e Feijó

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Técnico do Minc visita locais culturais, órgãos públicos e produtores culturais no Juruá (Foto: Onofre Brito/Secom)

A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) está realizando em todo o mundo um projeto de zoneamento cultural/econômico que tem como um dos objetivos finais demonstrar que a cultura  é uma atividade economicamente importante e ativa. O projeto chegou ao Brasil; está sendo executado em parceria com o Ministério da Cultura (Minc) e o Acre foi escolhido como estado piloto para execução do projeto. Iniciado em março na capital Rio Branco, o projeto está tendo continuidade no Vale do Juruá neste mês de abril.

Um técnico do Minc, Felipe Kopanakis, está em Cruzeiro do Sul onde, assessorado pela Fundação Elias Mansur, visita locais culturais, órgãos públicos, conhecendo as pessoas, discutindo, conversando e fazendo levantamento das manifestações culturais existentes e sua relação com a economia dos envolvidos. Depois de Cruzeiro do Sul, Felipe vai visitar também, nos próximos dias, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Tarauacá e Feijó. "Vamos mapear, todas as formas de cultura do Estado, nos 22 municípios, levantar subsídios para mostrar ao poder público a importância da cultura como atividade econômica", informa Felipe.

O objetivo do Minc – segundo Felipe – é fazer com que os indicadores mostrem que a cultura pode ser transformada em uma atividade sustentável para os grupos de teatro, de música, enfim de todos os segmentos culturais e que eles podem ser independentes, que eles podem se auto-gerir, alcançar sustentabilidade econômica cultural financeira e possam gerar através disso emprego e renda, transformando-se assim em uma atividade importante para o município.

Felipe conta que no Anuário Cultural do IBGE, que é feito em parceria com o Minc e a Fundação Getúlio Vargas, é demonstrada a importância das manifestações culturais locais. Um caso estudado é o dos grupos de forró de Belém do Pará. Eles tem atividades que representam mais ou menos 30% da economia daquele município e é gerada a partir de CDs que se encontra em banquinhas de esquina. "A cultura é uma atividade econômica extremamente importante; o IBGE já comprovou que a cultura é o 4º item em gastos das famílias brasileiras, vindo antes de outras atividades como o lazer, por exemplo. Então é importante não apenas como afirmação de nossa identidade, mas também como atividade econômica".

O zoneamento é feito por etapas, segundo Felipe. A primeira é a busca e coleta de subsídios e informações. "Até junho nós vamos formatar produtos cartográficos e relatórios em que vamos espacializar em mapas todas as manifestações culturais de Cruzeiro do Sul, na zona urbana e rural e vamos ampliar para todos os municípios do Acre". As informações servirão para que o município e o Estado reflitam sobre as manifestações culturais locais.

Acre estado piloto – Felipe explica que o Acre foi escolhido pelo Minc como estado piloto para execução do projeto por vários motivos, entre eles o fato de que o sistema de informações culturais do estado está um pouco mais avançado do que outros estados. Também houve gestão política da FEM para que o trabalho se iniciasse pelo Acre. Por outro lado, o Acre tem um pequeno número de municípios, o que facilita o trabalho inicial e tem uma particularidade importante que são as manifestações de cultura indígenas.

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