Cusco, cidade milenar peruana, ao alcance dos acreanos
Um povo simpático, uma cultura viva, uma história fascinante. Ruas e caminhos que escondem em suas pedras os mistérios de uma civilização que, milhares de anos depois, ainda encanta e surpreende. Você pode ter muitos motivos para visitar Cusco, capital do império Inca, um dos destinos turísticos mais procurados em todo o mundo, mas, talvez a melhor de todas as razões seja o bolso: Cusco faz parte de um roteiro internacional com preços bem acessíveis para os brasileiros, principalmente para os acreanos, que estão na fronteira com o Peru.
Caminhar pelas ruas de pedra e pelos antigos caminhos incas – e você não precisa ir a Machu Picchu a pé para experimentar isto, tem ruas estreitas dentro da cidade que são antigas trilhas que os nativos faziam – é uma das melhores formas de descobrir Cusco. E não precisa ter pressa para essa descoberta. Cusco é um verdadeiro museu a céu aberto, com sítios arqueológicos por todos os cantos e ruínas de muros incas que você logo aprende a reconhecer e distinguir das construções espanholas.
Os espanhóis, aliás, chegaram à cidade por volta de 1530, destruíram boa parte dos templos e construções incas e sobre as ruínas construíram suas igrejas, na tentativa de impor a cultura espanhola aos nativos. Conhecer toda esta história sem envolver-se pela energia que rege a cidade é um desafio aos turistas, todos fascinados pela sensação de estar revivendo parte de costumes milenares, caminhando por lugares que guardam mistérios não decifrados milhares de anos depois.
Cusco é uma cidade milenar. Berço do império inca, esconde mistérios em cada uma de suas ruas. Uma curiosidade é a Avenida El Sol, uma das principais, que antigamente era um rio chamado Saphy (raiz, em quéchua). Hoje ele passa por baixo da avenida, que antes se chamava Mutu Chaka (Ponte Quebrada). Cada cidade peruana tem uma praça principal, chamada de Praça das Armas. Cusco é dona de uma das praças mais bonitas do país, que, antigamente, se chamava Lugar de Tristeza (Haucaypata), pois era um ponto de despedida dos viajantes do território. E, como tudo no império inca tem seu complemento, também havia a Praça da Alegria, que hoje é conhecida como Regozijo. Estas são apenas algumas das curiosidades que formam Cusco, que nem de longe é apenas um lugar de acesso a Machu Picchu, uma das sete novas maravilhas do mundo.
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Mas, porquê ir a Cusco?
O Peru recebe milhões de turistas, de todas as partes do mundo, todos os anos. E boa parte deste fluxo passa por Cusco, para visitar Machu Picchu, que esteve fechada por dois meses por conta das fortes chuvas que destruíram casas, derrubaram pontes e descarrilharam os trilhos dos trens que ligam Cusco ao sítio arqueológico. Mas, Cusco não é apenas Machu Picchu e guarda mais de uma dezena de ruínas ao redor da cidade, que contam histórias tão interessantes quanto as de Machu Picchu.
A cidade tem vários museus e um dos mais interessantes é o do sítio arqueológico do Qoricancha que revela as maravilhas do templo de culto ao Sol, segredos da medicina, cerâmicas.
Mercados de artesanatos, o colorido Praça das Armas de dia e a imponência dela à noite, o clima romântico, a atmosfera de encanto, o charme do bairro de San Blas, o sincretismo das igrejas, o paladar de uma das gastronomias mais ricas do mundo. O agito das noites cusquenhas, com seus cafés, bares, restaurantes com ambientes decorados com elementos que nos remetem sempre a uma viagem à parte. Motivos para visitar Cusco não faltam. Como também não vão faltar razões para voltar à cidade chamada de umbigo do mundo.
Leia antes de embarcar:
Hospedagem
Para se hospedar em Cusco, vale o ditado "seu bolso será seu guia". Há pousadas com banheiros coletivos, hotéis de categoria turística e o luxo de hotéis boutique. Os valores variam entre $ 10 e $ 1000 a diária. Você pode pesquisar opções de hospedagem na Internet ou pedir para que uma agência de viagens faça as reservas, mesmo que não feche um pacote integral. A Maanaim Amazônia, Morais Tour, Nilcestur e Kampa são algumas das agências que têm parceria com agências peruanas.
Clima
O clima em Cusco é geralmente seco e temperado. Tem duas estações definidas: uma de secas entre abril e outubro, com dias ensolarados, noites frias e temperatura média de 13 °C; e outra chuvosa, de novembro a março, temperatura média de 12 °C. Nos dias ensolarados a temperatura alcança 20 °C.
Transporte
O melhor de Cusco é percorrer suas ruas a pé. Mas, se precisar pegar táxis não se preocupe. A maioria das corridas custam entre 2 e 5 Soles.
Língua
A língua oficial é o espanhol e os brasileiros, em geral, não sentem tanta dificuldade em se comunicar. Não é difícil encontrar garçons, taxistas e guias falando português, embora a língua espanhola não seja uma barreira. Em geral, se entende bem o que los hermanos peruanos falam, especialmente quando falam devagar. O inglês também é uma língua bastante falada.
Mal de altitude
Cusco está a 3.400 metros de altitude e os visitantes podem sentir tonturas, dores de cabeça, ânsia de vômito e outros sintomas. O mal estar se chama mal de altitude, o soroche, e tem até pílulas para combate-lo, vendida nas farmácias peruanas. Para evitá-lo, o turista deve repousar assim que chegar à cidade: nada de sair pelas ruas de pedra batendo perna. É necessário esperar algumas horas até que o organismo se adapte ao novo ambiente. Chá de coca, servido nos hotéis para os recém-chegados, ajuda o corpo a não reagir à altitude. Não esqueça de comer apenas alimentos leves e maneirar na bebida alcoólica no primeiro dia. Calma, a viagem está apenas começando.
Moeda e cambio
O "nuevo sol" (plural: "soles") é a moeda oficial do país e entrou em circulação em 1991. Também é bem fácil pagar as contas com dólar, aceito em restaurantes, lojas e hotéis. 1 nuevo sol = 100 cêntimos. No câmbio oficial (na primeira semana de abril) R$ 1 equivalia a 1,61 nuevo sol. Nos cambistas ao redor da Praça das Armas ou espalhados ao longo da avenida El Sol cada real é trocado por até R$ 1,35. Outra opção é sacar o dinheiro através dos caixas eletrônicos com cartão internacional.
Cartão de crédito
Se você não conseguir sacar nos caixas eletrônicos 24h com bandeiras internacionais, pode ir a um dos bancos que operam no Peru, apresentar o cartão de crédito e o passaporte ou RG. Eles consultam o banco brasileiro e sacam o dinheiro direto da conta, cobrando uma pequena. Pode ser mais vantajoso que trocar a moeda com os cambistas. Falando em cartões de crédito, aproveite para levar dois ou três cartões (tarjetas, em espanhol), de preferência de bancos diferentes para ter mais opções de serviço e atendimento.
Vacina
A vacina contra febre amarela não é mais exigida para entrar no país. Mas, precaução nunca é demais. A vacina é válida por dez anos e oferecida gratuitamente nos postos de saúde. Lembre de trocar a carteira nacional pela internacional na Vigilância Sanitária.
Documentos
Para quem vai cruzar a fronteira de carro é bom passar antes no Consulado do Peru no Acre (Rua Maranhão, 280, Bosque, Rio Branco) e solicitar um Salvo-conduto. O documento é gratuito. Brasileiros e peruanos podem transitar portando passaporte ou Carné de Extranjería. O RG também é aceito sem problema algum, desde que em boas condições de conservação e com até dez anos de emissão. Carteiras profissionais ou de habilitação não são aceitas.
Alimentação
Ao contrário do que se pensa, a gastronomia peruana é deliciosa. Com influências andinas, espanholas, africanas, chinesas, italianas e japonesas, os pratos servidos são um verdadeiro convite ao bom paladar. Os pratos têm um toque apimentado, sabor característico do país. A maioria dos pratos levam peixe ou frango, sempre acompanhados por legumes ou batatas-fritas. Arroz é algo raro de ser encontrar nos cardápios. Quem quiser um bom e velho filé em tiras com arroz e batata-frita pode pedir um lomo saltado sem medo de errar. E para quem gosta de massas, o Perú é um destino saboroso. Praticamente todos os restaurantes servem massas e pizzas.
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Como chegar
Ao Acre:
Linhas rodoviárias diárias procedentes de São Paulo, Brasília e Porto Velho (Rodoviária: + 55 (68) 3221 – 4434).
Conexões aéreas diárias pela Gol, Trip e Tam.
Ligação rodoviária com Rondônia através da Br 364.
A Cusco:
Ligação rodoviária através da Estrada do Pacífico. Todo o trecho brasileiro está pronto e no trecho peruano faltam menos de 100 quilômetros de pavimentação asfáltica, mas, mesmo em obras, a estrada é totalmente trafegável, inclusive por carros de passeio, embora seja mais adequado veículos com tração.
Linha rodoviária diária operada pela Movil Tour para Porto Maldonado (em média 7 horas de viagem a partir de Rio Branco, R$ 70), onde você pode pegar o voo para todas as cidades peruanas, ou direto para Cusco (R$ 114, mas é necessário pernoitar em Porto Maldonado para trocar de ônibus, procedimento que vai perdurar até a finalização da estrada.
Conexão aérea operada pela Star Perú, com duas saídas semanais, às segundas e quintas-feiras. Passagens são vendidas pelas agências acreanas parceiras da Morais Tour, representante oficial da companhia no Acre.
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