Objetivo é fortalecer comunicação entre as entidades que prestam o serviço na região
O Governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Desenvolvimento para a Segurança Social (SEDSS), promove em Cruzeiro do Sul a Oficina para construção do fluxo de atendimento da rede de atenção à mulher, criança e adolescente. Participam da oficina representantes de entidades como Defensoria Pública, Ministério Público, Poder Judiciário, Assistência Social dos cinco municípios da região e o objetivo é pactuar o fluxo de atendimento. Segundo a socióloga Joelda Pais, da SEDSS, que ajuda a coordenar a oficina, "o tempo de atendimento às vítimas é muito grande e agrava a situação de violência que ela já está vivendo". Para ela quando há uma articulação entre os serviços, uma comunicação efetiva entre eles, esse tempo diminui e os casos são resolvidos com mais presteza evitando-se que a mulher seja novamente vítima da mesma violência.
A SEDDS tem dois serviços no Vale do Juruá: a Casa Abrigo do Juruá e o Centro de Referência na Atenção à Mulher Vitória Régia, que atendem diretamente as mulheres em situação de violência. Joelda explica que para a SEDSS é importante ter esta rede organizada, porque melhora os diálogos com os outros serviços e possibilita oferecer um serviço mais qualificado às mulheres reduzindo os danos advindos com a violência.
Na noite desta quarta-feira foi realizada a abertura da Oficina no auditório do Ministério Público sendo que os trabalhos deverão durar até o dia 20. A socióloga paulista Maria José Lopes foi convidada para mediar a oficina. Ela é especialista no assunto tendo participado na construção de fluxos de atendimento em muitos municípios brasileiros. A Oficina resulta da parceria entre a Secretaria Especial de Políticas para Mulheres da Presidência da República e a SEDSS e integra o Pacto de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, assinado pelo governador Binho Marques e a ministra Nilcéia Freire em 2009.
Agressões e ameaças
Em Cruzeiro do Sul, conta Joelda, as agressões físicas e ameaças de morte são os mais freqüentes tipos de ocorrências relacionados à violência contra a mulher. Ela informa que quando a mulher estiver sofrendo uma violência, se ela já estiver decidida a denunciar, deve procurar a Delegacia da Mulher, onde será aberto um inquérito e o caso será investigado. Se, porém, ela não quiser denunciar no momento, deve procurar o Centro Vitória Régia. "Lá vai acontecer um trabalho em médio prazo com essa mulher, de apoio de orientação sobre a Lei Maria da Penha, para posteriormente poder fazer a denúncia", explica.
A Casa Abrigo do Juruá, como o nome diz, abriga mulheres em situação de violência quando estão em risco de morte. Chegando ao centro é identificado o nível de ameaça que a mulher está sofrendo e se for de sua vontade, a mulher vai para o abrigo para proteger sua vida, podendo trazer também seus filhos. "Lá tem todo um atendimento e orientação; também há um diálogo com a Justiça para que o caso dela seja resolvido no menor tempo possível, para ela poder sair logo do abrigo e voltar para a comunidade, para sua família", conta Joelda.