O agente ambiental voluntário Juliano Silva, morador da Área de Proteção Ambiental (APA) São Francisco, criou um centro de atividades ambientais sustentáveis em sua casa. Com um financiamento do Pronaf Emergencial e apoio técnico da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Acre (Sema), ele implementou um Sistema Agroflorestal, com viveiro de mudas e sementes. Além disso, envolveu a comunidade em atividades de boas práticas ambientais por meio de uma associação de moradores, a Árvore Viva.
O viveiro e demais atividades trazem rendimentos, profissionalização e possibilidade de autonomia para os moradores, colaborando efetivamente para a redução das áreas desmatadas ilegalmente.
Na semana, a Associação Árvore Viva disponibilizou 500 mudas de plantas nativas para a Fazenda Aquiry, garantindo R$ 1.000 para a comunidade. Anteriormente, participaram de ações de combate a incêndios e desmatamentos nas fazendas Guaxupé e Lua Nova, que também sofriam com a caça ilegal. A iniciativa ganhou a simpatia do proprietário, que disponibilizou as áreas de reserva legal de suas terras, de onde são retiradas mudas e sementes para o replantio em áreas degradadas.
“O desenvolvimento do trabalho ambiental precisa estar associado à geração de renda para ser efetivo e, geralmente, quem lucra com isso são empresas terceirizadas. Por que não envolver a própria comunidade nesse trabalho?”, indaga Juliano.
Para o gestor da APA, Ricardo Plácido, a iniciativa não passou despercebida. “Estamos acompanhando esse trabalho e dando todo o apoio possível”, afirma.
Ele ainda avalia que, com a implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) no Acre, prevista para este ano, as atividades da Árvore Viva serão ainda mais valorizadas, uma vez que os passivos ambientais das propriedades precisarão ser sanados. Um exemplo claro de que o idealismo levado a sério pode ser bem rentável, além de necessário.