Alunos do Projeto Poronga estudam a influência da cultura africana na formação do Brasil

Projeto Minha África Brasileira mobiliza professores e estudantes em Cruzeiro do Sul

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Feira promovida pelos alunos do projeto Poronga valoriza cultura e história da África (Fotos: Flaviano Schneider/Secom)

Os professores e alunos do segundo módulo (matemática e geografia) do Projeto Poronga Ensino Fundamental já há meses vinham estudando a influência do continente africano na formação do Brasil através do projeto ‘Minha África Brasileira’. E neste fim de semana, foi realizado o encerramento do projeto, na Praça da Integração Cultural, no centro de Cruzeiro do Sul. Segundo explicação do professor Roberto Magno, o objetivo do projeto é refletir sobre a cultura africana e sua influência na formação do Brasil desde a época da escravidão até os dias de hoje através de quatro tópicos principais: religião, culinária, música e personalidades.

A atividade envolveu dez telessalas e cerca de 350 alunos. Na apresentação da conclusão dos trabalhos foram erguidas quatro tendas, cada uma abordando um dos tópicos, tudo voltado, segundo Magno, para que a "nossa comunidade reflita e passe a respeitar essa cultura, sem maiores preconceitos". 

Para o professor, a cada módulo trabalhado há mais interação com os alunos. O projeto busca valorizar a cultura africana. Para ele, o fato de a culminância do projeto coincidir com o sorteio dos grupos da Copa na África do Sul (a primeira copa realizada no continente africano) foi uma feliz coincidência, pois vai valorizar ainda mais os conhecimentos que os alunos adquiriram e faz refletir sobre a importância que o negro tem no esporte brasileiro.

Segundo Magno, em todo o mundo ainda há preconceito contra a cultura africana e os afrodescendentes, só que hoje ele é mais dissimulado. "O racismo se apresenta de várias formas, não mais explícita, com chibatadas e com escravidão direta, mas ainda existem escravos hoje e não só com os negros."

Segundo contou, os alunos gostaram do tema e, em alguns momentos, como no caso da religiosidade, o impacto foi grande. "Tivemos várias atividades com teatro e música, que é quando se percebe o envolvimento e a emoção deles. Eles se entregaram mesmo ao tema e perceberam o quanto o racismo dói, daí a necessidade de se valorizar essa cultura", disse.

A aluna Enisia Costa Oliveira disse que gostou de conhecer a cultura africana. "Tem tanta coisa no nosso dia-a-dia que a gente nem sabia que tem origem africana. Nem imaginava que a África tinha tanta influência sobre a formação do Brasil", disse.

O aluno Rodrigo Costa Cavalcanti também aprovou o resultado do trabalho. "A pessoa discriminar alguém só por causa da cor da pele, para mim, não existe. Discriminar outra pessoa é desumano. Índio, negro e branco são todos da mesma família, todos são filhos de Deus", analisou.

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