União entre investimento em tecnologia, conhecimento e políticas públicas garante que essa atividade se torne fonte de renda para quem vive da floresta
A indústria madereira é uma importante fonte de riqueza para o estado do Acre. A sua relação com a conservação da floresta deu um salto evolutivo durante a última década. A união entre investimento em tecnologia, conhecimento e políticas públicas voltadas para o desenvolvimento sustentável é a fórmula de sucesso.
E uma das grandes alavancas desta evolução é a exploração feita através dos Planos de Manejo Florestal Sustentável. "O manejo florestal é a melhor forma de utilizar o potencial econômico da floresta respeitando a sua capacidade de regeneração", explica a chefe da Divisão de Manejo Florestal do Imac, Marcela Fidelis.
De acordo com o manual de licenciamento de manejo florestal do Instituto, falar em manejo é como falar em planejamento. Ele é entendido como extração de produtos da floresta sem que seja necessário destruir o meio ambiente. "Assim a floresta fornecerá ao homem sua riqueza não apenas no presente, mas também no futuro".
Neste ano de 2009 foram emitidas pelo IMAC licenças para 7 planos de manejo florestal sustentável na modalidade comunitário, 18 na modalidade empresarial e 26 planos individuais. Há uma constante de crescimento no licenciamento desde 2003. Em 2008 a área total licenciada através desta técnica sustentável foi de mais de 26 mil hectares. A previsão é que até o final deste ano o número continue com um leve crescimento.
Existe também o manejo dos produtos não madeireiros, como as sementes, óleos e frutos, que além de serem uma importante fonte de renda, garantem a segurança alimentar das famílias que vivem nas regiões mais isoladas.
Além das razões de conservação ambiental, o manejo também garante mais oportunidades de mercado. Os compradores de outros países principalmente exigem conhecer a origem da madeira e só compram as que foram extraídas de acordo com planos de manejo.
As políticas de incentivo ao uso sustentável da floresta como diferencial
No que interessa ao licenciamento de manejos, realizado pelo Instituto de Meio ambiente do Acre, o maior resultado do esforço do Estado em estimular uma economia forte e sustentável foi a aprovação de uma legislação específica para regimentar os manejos.
A Resolução Estadual CEMACT/CFR n® 03/2009 inclui três modalidades de manejo: empresarial, individual e comunitário. A possibilidade de se enquadrar em uma modalidade, de acordo com a característica do empreendedor revalida a preocupação do governo com as comunidades tradicionais. Principalmente quando falamos do manejo comunitário, como é o caso das licenças que foram entregues para as associações de produtores rurais de Cruzeiro do Sul.
A retirada da madeira através dos planos de manejo licenciados garante a legalidade da matéria prima que abastece um importante setor produtivo da região do Juruá: as movelarias. A preocupação com a totalidade das cadeias produtivas e a implementação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento sustentável mostra a preocupação do homem que vive da floresta, da floresta e para a floresta. Crescer economicamente é o caminho, mas com equilíbrio e respeito à enorme riqueza natural que é patrimônio do todos os acreanos.
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