Binho apresenta a organizações internacionais ações de desenvolvimento sustentável do Acre

Experiências do Acre são levadas a workshop que busca solução para o desmate, efeito estufa e pecuária

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Governador Binho Marques apresentou plano de desenvolvimento sustentável do Acre (Foto: Sérgio Vale/Secom)

O governador Binho Marques apresentou nesta segunda-feira, 24, o plano de desenvolvimento sustentável do Acre a um grupo de representantes de instituições nacionais e internacionais ligadas ao tema.

O grupo está participando do Workshop Internacional sobre Solução para o Desmatamento e Emissões de Gases de Efeito Estufa Causadas pela Expansão Pecuária na Amazônia, que terá seguimento em São Paulo até o próximo dia 27.

Os participantes buscam respostas às crescentes demandas no Brasil e nos mercados globais por mecanismos que assegurem maior sustentabilidade à pecuária, atividade que avançou muito na Amazônia nas últimas décadas. O workshop visa criar um diálogo entre os vários atores da cadeia pecuária, na busca por alternativas para tornar a atividade mais produtiva e sustentável. Estiveram presentes Andreanne Grimard, da Prince´s Rainforest Trust; Barbara Bamble e Rachel Kramer, da National Wildlife Federation; Steven Ripley, da Forest Footprint Disclousure Project; Judson Valentim, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária; Mauro Ribeiro, secretário de Agricultura e Pecuária do Acre; Fábio Vaz, secretário de Governo; Eufran Amaral, secretário de Estado do Meio Ambiente do Acre; Márcio Rodrigues Lopes, do Bradesco, além de representantes de órgãos do Governo Federal.

Marques lembrou a luta de Chico Mendes como esteio do projeto em andamento no Acre e que a prioridade  de todas as políticas do Governo é a educação. "Estamos há onze anos no Governo, mas essa luta começou antes", disse, anunciando conquistas importantes, como o maior valor per capita em investimentos do Brasil – de US$ 2,5 mil dólares no período de 2007 a 2010, no Acre -, além da marca alcançada em 2009 da menor taxa de desmate dos últimos nove anos. O Acre contribui com 1,9% do total desmatado na Amazônia.

O exemplo do Acre é marcante, na opinião de Roberto Smeraldi, da organização Amigos da Terra, uma das promotoras do evento. Smeraldi coordenou as visitas que o grupo fez a unidades de produção públicas e particulares, como a fazenda do pecuarista Chico Sales, em Sena Madureira, onde foram implantadas tecnologias que elevaram a produtividade sem necessidade de abertura de novas áreas. No Acre, pelo menos 15% dos produtores agregaram tecnologias que são capazes de manter até três cabeças de gado em um hectare, enquanto a média nacional é de 1,2 cabeça.

No Acre, um boi é capaz de render até 12 arrobas por hectare, mas a média nacional é de apenas cinco arrobas. E o boi acreano pode ser abatido com 24 meses de idade – em média oito meses a menos que nas demais regiões. "Uma das tecnologias é o pasto rotacionado, em que o boi fica três dias e depois é levado para outra área. O pasto se mantém firme e verde o tempo todo e o boi segue engordando", disse Mauro Ribeiro, da Seap.

Além do Amigos da Terra, o workshop é também organizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Forest Footprint Disclosure, Greenpeace, National Wildlife Federation e Global Canopy Programme, e conta com a cooperação da Embrapa e Fórum Paulista de Mudanças Climáticas e Biodiversidade. São participantes os representantes dos setores agropecuário, agroindustrial, financeiro e comercial, universidades e centros de pesquisa, governos e organizações da sociedade civil.

Compensação ambiental – A proposta é disseminar as práticas eficientes na redução das emissões de gases que causam o aquecimento da Terra. O Acre é dono de um zoneamento ecológico-econômico que é resultado de um pacto com todos os segmentos da sociedade, além de manter a Política de Valorização do Ativo Ambiental Florestal que traz em seu bojo planos e programas de compensação ambiental, incorporação de áreas alteradas ao sistema produtivo e uma economia de base florestal com envolvimento das comunidades, o ICMS Verde e as ações de implementação do mecanismo REDD.

Em São Paulo, o workshop ocorre no salão de convenções do World Trade Center, onde se dão os debates acerca das soluções para as emissões de gases de efeito estufa (GEE) da pecuária, com foco na Amazônia brasileira, responsável hoje por 36% do rebanho bovino do país. "Esses princípios são comuns em termo de escala de prioridades. A diferença é que aqui no Acre é a prática: a taxa de fazer acontecer não se compara a outros locais", diagnosticou Smeraldi.

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