Trabalho voluntário de alunos reduz índice de violência em escola

Exemplo vem da escola Antônia Fernandes através do Projeto Agentes da Paz

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Voluntáriosdo Programa Agentes da Paz (Foto: Assessoria SEE)

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Railson Assunção depois do projeto faz até paródia sobre sua mudança (Foto: Assessoria SEE)

Alto índice de violência, falta de respeito entre alunos e professores, desorganização e vandalismo com o patrimônio escolar. Este era o cenário até o ano passado, da escola de ensino fundamental Antônia Fernandes, no bairro Santa Inês. A situação mudou a partir da implantação, no primeiro semestre de 2009, do Projeto Agentes da Paz, que mobilizou 80 alunos/voluntários engajados em reverter a situação em que se encontrava o ambiente escolar.

De acordo com levantamentos realizados pela Companhia de Policiamento Escolar, em 2008 foram registradas 27 ocorrências dentro da unidade de ensino. Depois que os Agentes da Paz iniciaram os trabalhos de promover a harmonia e a organização do espaço na área de lazer e na cantina, o número de rixas e brigas entre os colegas diminuiu para apenas um, e mesmo assim, provocado por pessoas de fora da unidade. Para se ter uma ideia, enquanto no mês de agosto do ano passado houve dez registros, neste mês, não foi aplicado nenhum.

O projeto idealizado pela coordenadora de ensino, Carmem Oliveira, já conseguiu a adesão de toda a comunidade, que ajuda no combate aos jovens mais rebeldes, por meio do diálogo e do companheirismo. A ação é colocada em prática no horário do recreio, momento em que todos se reúnem, e quando os voluntários identificados com seus coletes coloridos entram em campo e fazem atividades recreativas, organizam a fila da merenda e ajudam na distribuição. "Nossa ideia é fazer com que eles sintam que são os responsáveis pela escola, mas de maneira espontânea, sem forçar nada", explica Carmem. A coordenadora lembra ainda que antes não conseguiam nem sentar para planejar as aulas, pois tinham que acompanhar o movimento dentro da escola para evitar tumultos.

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Cartaz com ocorrências fica exposto para acompanhamento da comunidade (Foto: Assessoria SEE)

A disciplina aplicada no intervalo pelos voluntários já fez tanto sucesso entre os jovens, que está sendo aproveitada em sala de aula, junto aos professores que vêem no aluno um colaborador para manter a ordem e a atenção às tarefas. Entre os pré requisitos para ser um voluntário, está o comprometimento com o aumento do aprendizado, coisa que a pouco tempo Railson Assunção, de 11 anos, não imaginava ter, pois ele vivia agressivo com seus professores. "Mudei meu comportamento, antes não dava valor aos estudos, era desobediente e me achava o ‘tal’. Parei de andar com más companhias e me dedicar aos estudos", desabafa Railson, medalha de bronze na disputa de xadrez nos Jogos Escolares 2009.

Falante e bem articulado, o estudante da 8ª série, Josenildo Soares, 14, conta que quando começou a estudar na Antônia Fernandes, a fama era de ser uma escola de marginais e que tinha até medo de  usar a farda. "Depois do projeto, tudo está diferente. Nos sentimos mais seguros  e com vontade de estudar, pois agora não há barreiras entre a direção e nós, e sim carinho", revela o jovem que participa de dois programas sociais: Agente da Paz e Amigos da Escola.

Os resultados obtidos através do programa, felizmente, romperam os muros da escola e chegaram à comunidade, mudando a visão sobre a unidade de ensino. Prova disso é o aumento na procura por matrículas e a presença de forma espontânea dos pais para verificar o comportamento de seus filhos. "Estar presente, saber localizar os problemas e compartilhar com os alunos, foi o que fizemos aqui, aliado a isso tem que haver uma sintonia com toda a comunidade", conclui o diretor da Escola Antônia Fernandes, João Lima.

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