Uma homenagem a 30 profissionais da saúde que atuaram e ainda atuam no combate e controle da malária marcou a abertura, na noite desta segunda-feira, 2, da 7ª Reunião Estadual de Avaliação das Ações de Controle da Malária. Desde os mais antigos servidores da Sucam aos agentes que há sete anos mudaram a rotina de atuação contra a doença e lutaram para conter a maior epidemia vivida no Acre em 2006, todos receberam o agradecimento formal do Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde pelas mãos da secretária Suely Melo.
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Durante a solenidade um vídeo, com a narrativa desses profissionais sobre as ações de combate e controle da malária principalmente na região do Vale do Juruá, foi exibido aos presentes finalizando com a mensagem do governador Tião Viana, um dos principais articuladores das estratégias para reduzir o índice de casos da doença no Estado.
A reunião de avaliação da malária faz parte do calendário do departamento e até amanhã, 4, é realizada com a participação dos secretários e gerentes dos municípios prioritários para o controle da malária, como Simone Daniel, responsável pela gerência de endemias do município de Cruzeiro do Sul e uma das homenageadas. “Este é um momento de reconhecimento pelo nosso desempenho como servidores. Tenho muito orgulho de fazer parte desse grupo de trabalho”, diz.
O conjunto de estratégias para atingir a melhoria da saúde da população contra as doenças endêmicas foi traçado em 2006 para reduzir as notificações dos casos de malária que neste ano chegaram a mais de 93 mil. Desse total, 94% com ocorrência em Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves. Por este motivo, o município de Mâncio Lima se tornou há dois anos a base de um trabalho de parceria entre a Universidade Federal do Acre e Fundação Osvaldo Cruz, que fazem um levantamento de determinantes ambientais e não ambientais da malária na região do Juruá.
As pesquisadoras Nildimar Honório, da Fiocruz, e Cláudia Torres, do Instituto Osvaldo Cruz, desenvolvem o projeto no Acre efetivamente desde o início de 2012 com o objetivo de conhecer melhor o cenário epidemiológico da malária nos municípios e participam da reunião a convite da Sesacre. “É bom ver como o Governo do Acre respeita e valoriza o trabalho dos profissionais que atuam na ponta”, avalia a pesquisadora Nildimar Honório destacando que a experiência no Estado estreita as parcerias institucionais e aproxima o trabalho científico dos saberes tradicionais.
A gerente do Departamento de Vigilância em Saúde, Izanelda Magalhães, ressalta que o Acre é um dos modelos em testar, tratar e vigiar com eficiência a doença. “O Acre saiu das manchetes negativas e foi para as manchetes de reconhecimento, até por organizações externas. Isso tudo é resultado de um trabalho de equipe, dessa equipe que acreditou que poderíamos vencer”. Para a secretária Suely Melo, vencer uma guerra que todos achavam perdida e hoje avançar nas discussões sobre as estratégias de combate e controle da malária é uma das lições mais importantes que aprendeu como gestora e cidadã. “Foi um período muito difícil, mas saímos vitoriosos e hoje usamos essas ações no combate à dengue, com o mesmo êxito.”
Decisão política, diagnóstico precoce, tratamento de qualidade, equipe sensibilizada, reforço no número de agentes com visitas domiciliares, distribuição de mosquiteiros impregnados, reforço de veículos e equipamentos contribuíram para reduzir drasticamente as notificações de malária no Acre. Se compararmos os casos da doença de janeiro a maio de 2006 com 2012, o Estado apresenta 78,8% de redução.
Em 2011, o Acre foi o segundo melhor exemplo nas Américas no combate à malária. O Estado representou o Brasil no Prêmio das Américas de Combate à Malária, realizado pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) – Honduras foi o primeiro colocado e o terceiro lugar ficou com a Nicarágua. A 7ª Reunião Estadual de Avaliação das Ações de Controle da Malária continua hoje no auditório da Fecomércio.