O governador Tião Viana recebeu nesta segunda-feira, 3, o embaixador do Peru no Brasil, Vicente Rojas, no Palácio Rio Branco. O encontro serviu para discussão de uma ampla agenda entre os dois países de acordos ambientais e possibilidades econômicas, principalmente na região de fronteira.
Tião Viana lembrou que desde 2012, Acre e Peru começaram a fortalecer suas intenções comerciais. Durante a cheia histórica do Rio Madeira em 2014 – que isolou o estado por via terrestre –, o Acre importou itens do país vizinho e alguns acordos não cessaram.
Hoje, o Peru já um comprador do peixe acreano pela empresa Peixes da Amazônia, enquanto o Acre recebe principalmente leguminosas. Mas a intensão é que os acordos comerciais cresçam exponencialmente, com a possibilidade do Acre exportar suínos da Dom Porquito e milho.
“Estamos comprando e vendendo alimentos para o Peru, mas precisamos avançar muito. Se o Peru tem produtos como leguminosas, hortaliças, fertilizantes e outros que podem chegar aqui num preço muito melhor para nós, temos só vantagens, porque estamos a um terço da distância de Cusco em comparação a São Paulo”, conta o governador.
O embaixador Vicente Rojas, em sua primeira visita ao Acre, completa: “O comércio é uma via de ida e volta. Não somente o pescado, mas creio que podemos fazer intercâmbio comercial em todas as áreas. E podemos trabalhar outros temas como a infraestrutura, a saúde. Há muitos temas para avançarmos juntos”.
Trocas culturais
O leque de possibilidades entre Acre e Peru não se restringiu a negócios entre os dois países. Um intercâmbio cultural também foi discutido, principalmente nos aspectos literários e gastronômicos.
O governo do Acre irá realizar a Bienal do Livro e o governador Tião Viana gostaria que grandes nomes da literatura peruana participassem desse evento. Além disso, com o início das atividades da Escola de Gastronomia no Acre, chefs de cozinha peruanos poderiam contribuir muito com os conhecimentos de um país que é referência mundial em culinária.
Tião Viana ainda defendeu questões técnicas entre os países, como a agilidade de procedimentos burocráticos relacionados a falecimentos de estrangeiros e a possibilidade de usar a carteira de habilitação brasileira no país vizinho – que hoje só aceita ou o passaporte, ou a carteira de identidade.
“Eles não reconhecem a carteira de motorista que é um documento de identidade com o mesmo valor. São medidas que podem ser tomadas, eles também devem ter reclamações da nossa burocracia que podemos melhorar e podemos estar unidos vencendo obstáculos”, completou o governador.