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Aliado ao crescimento e fortalecimento dessas organizações em todo o território nacional, surge a urgência de o país discutir a segurança pública nacional. É o que defende o governador Tião Viana ao propor o Encontro de Governadores do Brasil pela Segurança Pública e Controle das Fronteiras – Narcotráfico, uma emergência nacional, na próxima sexta-feira, 27, em Rio Branco.
“Tem que começar a discutir o Sistema Nacional de Segurança Pública”, afirma à agência Notícias do Acre, Guaracy Mingardi, cientista político, mestre pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e doutor pela Universidade Estadual de São Paulo (USP).
Mingardi, que é consultor do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) – uma das organizações mais conceituadas do país de análise do setor, responsável por publicações como o Anuário da Segurança Pública – esteve no Acre por seis vezes e conhece bem a história das organizações criminosas brasileiras que se alastram por território nacional e também internacional.
O consultor aponta a dimensão do trabalho de proteger as fronteiras. Ele cita como exemplo a fronteira dos Estados Unidos com o México, que é 3.141 km, que é bem menor (menos da metade) do que a fronteira do Brasil com apenas dois países (Bolívia e Peru 6.395 km). “Os Estados Unidos não conseguem lidar com a fronteira mexicana. O desafio do Brasil é muito maior, ao todo tem que controlar mais de 15 mil de km de fronteira seca”, diz.
“É preciso ter uma polícia especializada de fronteira. Tem que pôr o dinheiro onde há o problema. E o tráfico é esse problema”, afirma Mingardi. As fronteiras com Bolívia e Peru são as principais rotas de entrada de drogas e armas, que abastecem as organizações que insistem em tentar instalar o caos nas ruas do Brasil.
Com a morte do traficante Jorge Rafaat no Paraguai, em junho de 2016, que controlava importante rota do tráfico, as organizações criminosas buscam outras rotas. O especialista explica que o Acre se tornou uma alternativa para buscar drogas e armas a partir do Peru e Bolívia, assim como outras localidades da Amazônia.
Os dois países situados na faixa de fronteira com o estado estão entre os grandes responsáveis pela produção da cocaína do mundo. Hoje, o Brasil é o segundo maior consumidor mundial dessa droga (depois dos Estados Unidos), além de ser o maior ponto de partida dela para a Europa.
Segundo o Relatório Mundial sobre Drogas, lançado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) de 2017, em 2015 a Colômbia cultivou 96 mil hectares de coca, o Peru 35,9 mil hectares e a Bolívia 20,2 mil hectares – esse último país já apresenta um aumento para 23,1 mil hectares em 2016. Parte desse cultivo vai para a produção da droga cocaína, que no Brasil movimenta cerca de R$ 4,6 bilhões por ano.[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row_content” full_height=”yes” parallax=”content-moving” parallax_image=”239775″][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1508719331551{background-color: #ffffff !important;}”][vc_column][vc_column_text]
Um Brasil que morre
Esse cenário de consumo, produção e briga pelo controle das rotas de entrada e distribuição da droga mostra como o problema é nacional, envolvendo todos os estados brasileiros. “As polícias estaduais não têm condições de lidar com o narcotráfico sozinhas. É preciso interligar os estados entre si e com a União. Um sistema de troca de informações e inteligências, e quem pode ser o fiador disso é o governo Federal”, explica Mingardi.
Além de acabar com a saúde, com o vício provocado pelas drogas, essa guerra entre grupos criminosos está matando a juventude brasileira. De 2011 a 2015, o Brasil registrou mais vítimas de mortes violentas intencionais (279.567) que a Guerra da Síria no mesmo período (256.124), como informa o 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2016), do FBSP.
A maioria desses homicídios é de jovens (de 15 a 29 anos). Eles somam 53% do total de mortos em 2015, conforme o Atlas da Violência (2017), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Por isso, pelas três edições do Fórum de Governadores da Amazônia Legal deste ano, e também em outros encontros nacionais, o governador Tião Viana conclamou a urgência do Brasil se unir de uma vez para discutir a segurança pública.
Uma das principais propostas de Viana é, definitivamente, criar o Sistema Nacional de Segurança Pública, o que é uma ideia também apontada como solução pelo especialista do FBSP, Guaracy Mingardi. “Acredito que no momento, a prioridade é diminuir os homicídios no Brasil. Tem que criar uma política nacional de segurança pública. A disputa de território é em todos os estados. É uma briga nacionalizada agora”, afirma o especialista que tem mais de 30 anos de experiência na área.
Saiba mais sobre o Encontro[/vc_column_text][vc_video link=”https://www.youtube.com/watch?v=81iNm9_PBOE”][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row” full_height=”yes” parallax=”content-moving” parallax_image=”186587″ parallax_speed_bg=”1″][vc_column][vc_custom_heading text=”Veja aqui os principais gráficos” font_container=”tag:h2|font_size:50|text_align:center|color:%23ffffff” google_fonts=”font_family:Fira%20Sans%3A300%2C300italic%2C400%2C400italic%2C500%2C500italic%2C700%2C700italic|font_style:500%20bold%20regular%3A500%3Anormal”][vc_row_inner][vc_column_inner width=”1/3″][vc_btn title=”Extensão da fronteira” color=”green” size=”lg” link=”url:%23extensao|||”][/vc_column_inner][vc_column_inner width=”1/3″][vc_btn title=”Mercado da cocaína” color=”orange” size=”lg” link=”url:%23mercado|||”][/vc_column_inner][vc_column_inner width=”1/3″][vc_btn title=”Atlas da violência” color=”blue” size=”lg” link=”url:%23atlas|||”][/vc_column_inner][/vc_row_inner][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_text_separator title=”Texto de Arison Jardim” border_width=”5″][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]
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