Ressocializar através da agricultura: uma semente para o futuro

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[aspas fala=”Fiquei cinco anos cumprindo pena na capital, até que me transferiram pro Quinari, onde completei o restante. Ainda dei muito trabalho pros agentes até um certo dia eu decidir de vez tomar um novo rumo mesmo pra minha vida”]

Foi com a experiência de sua passagem pela unidade de Senador Guiomard, cidade onde reside com a esposa e filha, que Orisvaldo teve a chance de recomeçar a vida ao lado da família.

Depois de receber qualificação profissional lá dentro na área de horticultura, ele comemora, inclusive, o fato de hoje ter o próprio negócio: uma pequena horta que lhe rende faturamento semanal com a participação de feiras regionais. E quando o retorno não vem como ele espera, não para por aí. “Entrego água e gás. O importante é trabalhar honestamente”, relata.

Desde que passou para o regime aberto, a rotina já é a mesma há três anos: casa e trabalho, trabalho e casa. Ao que ele atribui seu maior motivo de gratidão pelas novas chances que a vida lhe reservara.

[aspas fala=”As oportunidades que tive lá dentro foram a base de tudo para poder me reconstruir. Foi lá que comecei a trabalhar e vi que a minha ainda poderia ter jeito, eu podia ser um cidadão de bem como estou sendo e não mais uma pessoa fora da lei”]

A superação de Orisvaldo pode se repetir na vida dos quase 700 internos da unidade do Quinari, também inseridos nos projetos sociais do Iapen com a missão de devolver indivíduos ao convívio social. Para estes, ele deixa uma reflexão.

[aspas fala=”Não vou dizer que seja fácil, mas a gente vai aprendendo a colher das sementes que plantou. O mais importante é não desistir, tanto pela gente quanto pela nossa família que é quem nunca abandona. Tenho visto que vale a pena lutar por isso”][/vc_column_text][vc_video link=”https://www.youtube.com/watch?v=Gj62W2C2czw” align=”center”][/vc_column][/vc_row][vc_row full_width=”stretch_row” full_height=”yes” parallax=”content-moving” parallax_image=”333727″ parallax_speed_bg=”1.2″][vc_column][/vc_column][/vc_row][vc_row css=”.vc_custom_1523554901098{margin-top: -100px !important;}”][vc_column el_class=”no-padding”][vc_column_text][box cor=”orange”]

Projeto Raízes da Liberdade

“O trabalho dignifica o homem”, proclama o slogan do Projeto Raízes da Liberdade, realizado na Unidade Prisional de Senador Guiomard, com o objetivo de promover a ressocialização. Recentemente, o diretor-presidente do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), Aberson Carvalho, junto com a direção da unidade e representantes da Vara Criminal da Comarca da cidade, participou da conclusão da primeira fase do projeto: a entrega de uma extensão de terra para o cultivo de hortaliças nas redondezas do presídio.

A área interna já dispunha de um espaço menor para as plantações, que subsidiam o preparo das refeições dos apenados. Já a horta da área externa vai ampliar a quantidade de internos no trabalho e possibilitar a comercialização das hortaliças em maior escala, visto que há procura por parte de produtores que participam de feiras regionais na cidade.

A conquista é resultado de uma parceria privada, por meio da concessão do uso da terra. Toda a articulação foi feita pela direção da unidade, que contou com o apoio da Secretaria de Extensão Agropecuária e Florestal (Seaprof) para a prestação de assistência técnica e do Poder Judiciário local para a aquisição de material de infraestrutura.

A concessão foi feita pelo produtor Alexandre Vasconcelos, morador há 19 anos das proximidades. Segundo ele, nunca foi motivo de insegurança residir ao lado do presídio, pelo contrário: “Eu vejo isso é como uma questão de segurança pra mim e minha família, porque é visível a presença de policiais sempre aqui por perto. Isso me motivou também a ajudar, porque quem está aí dentro precisa de novas chances, e se a sociedade virar as costas poderão a voltar a cometer delitos novamente”.

O Raízes da Liberdade também envolverá a avicultura e a suinocultura, atividades previstas para as próximas fases do projeto. O objetivo do Iapen é tornar a unidade sustentável, com a geração de mais oportunidades de trabalho.

“Essa já é unidade que é referência no estado e que tem investido em qualificação e políticas de ressocialização, o que nos orgulha. Assim teremos cada vez mais presos fora do ócio e mão de obra qualificada para que, no futuro, eles progridam e se reconduzam nas suas vidas tendo uma profissão”, enfatizou o diretor-presidente Aberson Carvalho.[/box][/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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