Iniciativa entre Acre, Peru e Bolívia é destaque no Fórum Mundial de Água

A mudança do clima tem viabilizado a aparição de inúmeros eventos extremos no planeta, que se refletem em toda a Amazônia. A iniciativa MAP, projeto idealizado entre o Acre, Bolívia e Peru, ganhou destaque na oitava edição do Fórum Mundial de Águas – promovido de 18 a 23 de março, em Brasília – por se tratar de um trabalho integrado que visa enfrentar os novos desafios relacionados aos fenômenos naturais recorrentes, como inundações nessa área de fronteira.

A iniciativa MAP foi apresentada como experiência de sucesso para inúmeros países (Foto: Cedida)

A Região MAP abrange as áreas de Madre de Dios (Peru), Acre (Brasil) e do Departamento de Pando (Bolívia) e está situada no sudeste amazônico. Juntas, essas localidades totalizam,  aproximadamente, 310 mil quilômetros, possuindo mais de 80% de cobertura florestal tropical, além de uma grande diversidade étnica e cultural, que inclui povos indígenas em isolamento voluntário – os “índios isolados”.

O projeto MAP nasceu em 1999 e conta com o apoio do governo do Estado. Muitas das demandas dessa iniciativa, que surgiu do voluntariado de indivíduos que compartilham os mesmos sonhos e preocupações para a região, tornaram-se políticas públicas no Acre, a exemplo da gestão da Bacia do Rio Acre como prioritária e a implementação da política de gestão de riscos.

Vera Reis, diretora técnica do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC) e uma das coordenadoras da iniciativa MAP, apresentou os resultados da cooperação entre os três países amazônicos para o público do Fórum Mundial de Água. “Essa experiência é considerada exitosa pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pela Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), que selecionou para apresentar essa iniciativa para vários países. Também recebemos o reconhecimento do Ministério das Relações Exteriores e Agência ABC por termos contribuído com construção e implementação de políticas públicas”, salientou.

Segundo o secretário de Estado de Meio Ambiente do Acre, Edegard de Deus, que esteve presente no evento, reconheceu a importância da iniciativa para a defesa e proteção dos recursos hídricos. “Esse movimento de fronteira tem como foco a defesa dos mananciais e sobre os cuidados com tudo o que pode gerar impacto nas nossas águas”, frisou.

O Acre dispõe de um stand no Fórum Mundial Água, onde reúne informações sobre a sua política de gestão e proteção de recursos hídricos.

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