Com o lançamento de mais uma etapa do programa Quero Ler – para a erradicação do analfabetismo – em Rio Branco, o Acre consolida cada vez mais seu protagonismo na educação pública. Nesta segunda-feira, 8, o governador Tião Viana lançou a segunda fase do programa que reúne cem turmas e mais de 1.500 alunos na capital. A meta é alfabetizar até o fim do próximo ano, até 60 mil pessoas em todo o estado.
“A leitura é algo revolucionário na vida das pessoas. Obrigado aos 14.996 alunos do Quero Ler e os mais de mil professores que nos ajudam a vencer esse desafio. O Acre será o primeiro estado do Brasil a eliminar o analfabetismo. É a oportunidade de aprendizado que queremos que vocês aproveitem da melhor forma possível”, disse o governador durante a aula inaugural realizada no auditório da Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE).
Além de alunos, gestores e professores, o evento teve a presença de diversas autoridades, como os deputados federais Moisés Diniz e Léo de Brito, o deputado estadual Daniel Zen, a vice-prefeita de Rio Branco, Socorro Neri, e da diretora da Força-Tarefa de Governadores sobre Clima e Florestas (GCF), Colleen Scanlan Lyons, que também faz parte da Universidade do Colorado (EUA).
Para inspirar os alunos em seu pronunciamento, o secretário de Educação, Marco Brandão, lembrou os poemas e o histórico da grande poetisa brasileira, Cora Coralina (1889-1985), que ficou conhecida por ter estreado tardiamente no mundo das letras, tendo se tornado famosa quando já tinha 70 anos.
“Isso não impediu que Cora se tornasse uma das mais brilhantes escritoras do país, um grande expoente da literatura. Então, este programa traduz um pouco disso: dar às pessoas dignidade e esperança para sonhar, realizar e mudar a sua vida em qualquer tempo”, encorajou o gestor.
A vice-prefeita da capital, Socorro Neri, parabenizou e agradeceu ao governo por consolidar políticas públicas educacionais que revolucionam as gerações futuras do Acre. “Está é uma ação que impacta positivamente na vida das pessoas. Agradeço ao governador por fazer esse trabalho junto com os alfabetizadores”, disse.
Quero Ler: esperança, luz e futuro
O professor Aparecido Cerdeira faz parte do grupo de mais de mil educadores do Quero Ler. Para ele o programa representa esperança, luz e futuro para milhares de pessoas que não tiveram acesso à educação básica na faixa etária adequada. “Agradecemos ao governo por essa oportunidade. O programa veio para diferenciar a nossa vida. O Quero Ler me fez descobrir o quão incrível é ser professor”, destacou.
Casal de aposentados, José Nascimento (71) e Francisca das Chagas (70), estavam na primeira fila do auditório. Naturais de seringais de Feijó e Cruzeiro do Sul, respectivamente, eles contam que tiveram oito filhos e nenhuma oportunidade de estudo quando eram mais jovens. Atualmente, moram no bairro Tancredo Neves e estão ansiosos pelo início das aulas.
“Quase toda a vida a gente morou no seringal. Só estudava quem ia pra cidade, e já que meu pai não tinha condições de mandar a gente pra cá, a gente se criou analfabeto. Hoje é o sonho de uma vida toda se realizando. Nunca é tarde, né?”, argumenta o aposentado.
A esposa, Francisca, conta que nos seringais do Juruá não era diferente. “Não tinha como. Era longe e nesse tempo a prioridade e a necessidade era o trabalho. Agora a gente agradece ao governo por essa oportunidade que estamos tendo”, disse.