Em encontro promovido pela primeira-dama Marlúcia Cândida, na última terça-feira, 20, na Casa Civil, foi apresentado um protótipo para produção de uma fibra natural de bambu para ser utilizada em materiais compostos.
O projeto foi exposto via Skype pelos pesquisadores colombianos e engenheiros industriais Lina Osório e Eduardo Trujillo. Participaram da reunião a secretária de Estado de Ciência e Tecnologia, Renata Souza, o chefe-geral da Embrapa, Eufran Amaral, a diretora técnica da Funtac, Sílvia Basso, e o coordenador do Centro Vocacional Tecnológico (CVT) do Bambu, Dixon Afonso.
Esse tipo de cooperação com pesquisadores, estudiosos e instituições tem referência na área de pesquisa e estudo de prospecção de negócios da planta no Acre. Após apresentação incluindo toda a sistemática do projeto, o grupo mostrou interesse em conhecer sua viabilidade para futura cooperação ou instalação no estado.
Foi solicitado aos engenheiros o desenvolvimento de um plano de viabilidade com custos, desenho para implantação e estudo de mercado, tanto para comercialização interna como exportação, além de indicadores de possíveis investidores situados em vários mercados.
“Precisamos aprofundar melhor o plano de viabilidade desse projeto. O Acre precisa da Colômbia para explorar melhor o bambu. Já temos uma relação estreita com arquitetos e pesquisadores de renome da planta no país. Assim como já visitamos suas experiências tivemos também a presença de alguns deles aqui para conhecer o plano com o nosso bambu nativo. Esse projeto com a fibra do bambu natural como matéria-prima poderá render bons frutos não somente por seu valor comercial, mas também social e sustentável movimentando a economia no estado ”, disse a primeira-dama.
Cadeia produtiva do bambu
O governo do Acre por meio do gabinete da primeira-dama Marlúcia Cândida, da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia (Sect) e da Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac) vem promovendo ações de fomento à pesquisa e viabilidade de comercialização da planta.
Com a maior floresta de bambu nativo com 4,5 milhões de hectares, segundo dados da Embrapa, esses dados são referenciais que chamam à atenção de pesquisadores e empresários.
Para fomentar o intercâmbio de cooperação, o governo e parceiros têm buscado principalmente estreitar acordos com a Colômbia, país do continente sul-americano que mais se destaca no cultivo, manejo, processamento e aplicação do bambu.
Para Renata Souza o plano de viabilidade de custo e desenho de implantação do mercado que será apresentado pelos pesquisadores é uma oportunidade de conhecer um pouco do que o estado vem implantando para desenvolver a cadeia produtiva do bambu, além de sinalizar uma cooperação com vistas a sua comercialização.
“Assim que tivermos o plano iremos apresentar para a Fieac, empresários e parceiros que tenham interesse em investir nessa cadeia. O governador Tião Viana e a primeira-dama têm a intenção de continuar trabalhando com a implementação desse programa, buscando pesquisadores e empresários que queiram investir e utilizar o nosso bambu. Dependendo do plano que será apresentado por esses pesquisadores poderemos ter a viabilidade de comercialização e fornecimento do bambu em fibra natural”, comentou.
Em 2016, foi instituído pelo governo o Plano Estadual de Desenvolvimento do Bambu, desenvolvido pela Sect em parceria com a Embrapa e outras instituições.
O plano prevê para o fomento da cadeia valor superior a R$ 27,6 milhões. Cerca de R$ 18,7 milhões são referentes à pesquisa, mais de R$ 1 milhão para plantio e R$ 7,9 milhões para ações de promoção e capacitação de comunidades.
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