Igarapé Fundo, que corta vários bairros, está recebendo revestimento de concreto e sistema de urbanização
O Igarapé Fundo corta a Zona de Atendimento Prioritário (ZAP) da Nova Estação, conhecida como ZAP 3, uma das regiões mais populosas de Rio Branco, e está sendo urbanizado com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal.
A obra, que vem sendo realizada entre a Avenida Antônio da Rocha e Rua São Sebastião, é de grande porte: nos dias atuais, por exemplo, o riacho foi desviado em cerca de sessenta metros de seu curso para facilitar a movimentação de terra e a subseqüente aplicação de arte em concreto. A laje de fundo possui quinze centímetros de concreto armado e as laterais estão sendo revestidas com material semelhante, o que, para efeito de comparação, dará o dobro da resistência do sistema utilizado no Igarapé da Maternidade.
Essa ZAP é dividida em cinco lotes, sendo que onde há obras mais avançadas é no lote 2. Naquela região, sete famílias já tiveram suas casas indenizadas pelo Estado. Decreto governamental determina que a área de atenção das obras naquela ZAP é de trinta metros a partir da margem do igarapé. Mais de 240 casas devem ser desapropriadas.
Toda a área ao entorno do Igarapé Fundo está sendo rede de captação de esgoto, de modo que o córrego não mais receberá água servida. "Serão instalados coletores-tronco nas duas laterais do Igarapé Fundo para receber o esgoto de quatro bairros da região. O material deságua numa estação elevatória que será construída perto da Procuradoria do Estado e de lá segue para a estação de tratamento do São Francisco", explicou Allan Jones, engenheiro da Secretaria de Habitação de Interesse Social (Sehab) responsável pela ZAP 3.
As Zonas de Atendimento Prioritário (ZAPs) são um conceito de política pública para levar serviços básicos e estruturantes às comunidades mais carentes do Acre. As ZAPs surgiram a partir do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), o mapeamento mais detalhado que o Estado produziu acerca de seu território, população e recursos, naturais ou não.
Junto com as Zonas Especiais de Desenvolvimento (ZEDs), as ZAPs compõem os eixos do projeto sócio-econômico-ambiental que farão do Acre o melhor lugar para se viver na Amazônia em 2010.
As ZAPs urbanas estão localizadas em fundos de vale e as rurais estão em terrasindígenas, unidades de conservação, assentamentos tradicionais e assentamentos diferenciados. Nas cidades, as ZAPs apresentam baixa urbanização, assentamento precário com baixo capital social, vulnerabilidade ambiental, elevado número de pessoas vivendo em condições de pobreza e miséria, e com alto índice de pessoas envolvidas em infrações, contravenções e crimes.
As margens do Igarapé Fundo serão urbanizadas e receberão praças, quiosques e quadras esportivas. O Governo do Acre investe mais de R$ 31 milhões apenas para obras no canal.
Trabalho e renda para quem mais precisa
Além da promoção humana, as ZAPs são instrumento de geração de trabalho e renda para milhares de pessoas, especialmente aqueles que mais precisam. Os exemplos estão em todas as frentes de trabalho. Na ZAP 3, Evilásio Tuerte estava desempregado havia quatro meses, sustentando a família por meio de "bicos". Com a ZAP próxima de sua residência, conseguiu ser admitido pela empreiteira da obra. "Esse trabalho é muito bom. Tenho carteira assinada e segurança para minha família", disse.